sábado, 31 de dezembro de 2011

O MALUDIANISMO E A SUPREMACIA TRICOLOR

- Oi, amor! Que tal uma praia hoje?
- Só vou se você usar uma camiseta decente...
- Pelo amor de Deus, Malu! Vai começar com a implicância sobre minha camisa do Flamengo?
- Não é implicância. É só uma questão de bom gosto. Veja como a tricolor é mais bonita.
- Não sei onde você acha beleza neste trapo colorido. Parece até os “bananas de pijama”.
- Quanta limitação em seu bom gosto!
- Seu pai conta que você era flamenguista.
- Foi na época em que eu ainda acreditava em Papai Noel.
-Tá bom, não quero brigar. Vou fingir que concordo. Porém, o que importa é a história vencedora do mengão.
- Que história? Até para nascer vocês dependeram de nós;
- Sei que o Flamengo nasceu de uma dissidência do Fluminense, mas o fato é que, a partir daí, somos melhores em tudo. Para começar, são 32 títulos cariocas, contra 30.
- Mas nas decisões entre nós, ganhamos sempre. Até com gol de barriga.
- E os títulos brasileiros? Uma lavada! 6 a 2.
- A maioria com a ajuda dos juízes.
- Libertadores vocês só conseguem ganhar no Playstation...
- Esta vamos ganhar em 2012.
- Mundial, nem passaram perto...
- Aquele torneiozinho que acontece no Japão, onde ninguém sabe jogar bola? Prefiro o campeonato da Lua.
- Quem vê você falar deste fluzinho, vai achar que é um “Barcelona”.
- Errado! É muito melhor que aquele timinho da Catalunha.
- Meu Deus! Só falta agora você falar que é melhor do que o Atlético Goianiense...!!!
- Só um pouquinho. Mas é!
- Socorro! Parem o planeta que eu quero descer!
  
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

CURTA, PERO NO MUCHO!

“A vida é curta!”.
Se levarmos em consideração esta frase que ouvimos desde criança, podemos concluir que 50 anos passam voando. Mas durante este vôo, muita coisa pode acontecer.
Nos últimos cinqüenta anos experimentamos um desenvolvimento tecnológico espantoso que mudou completamente conceitos e comportamentos. Êxitos como o da viagem à Lua (e não encontrando nada...), invenção do controle remoto, do computador pessoal, do celular, do Ipad, do trem bala, da cura de doenças, fabricação de medicamentos e muitos outros, transformaram e continuam transformando nossas vidas.
Mas em cinqüenta anos, o maior êxito que podemos alcançar não está relacionado às facilidades que a tecnologia moderna nos propicia, mas sim na nossa capacidade de viver e conviver bem.
E em cinqüenta anos temos tempo mais do que suficiente para exercitarmos esta capacidade, principalmente através da formação de uma família digna, base para uma convivência sadia e feliz.
Um casal que consegue suplantar as dificuldades naturais de um relacionamento a dois, deixando de lado a utopia de uma harmonia eterna para buscar o “pragmatismo romântico” da constante renovação do casamento, deixa como legado de vida não só o exemplo, mas a base sólida da formação de seus filhos, netos e bisnetos.
Parabéns ao casal Joaquim e Marlene, que hoje completa 50 anos de casados, e que sem sombra de dúvidas deixa este valioso legado.
Mas, muito mais que parabenizá-los, quero agradecê-los.
Se tenho uma eterna gratidão a meus pais, pela vida, ensinamentos, exemplos e dedicação, igualmente sou grato a vocês por me acolherem nesta família que construíram com tanto êxito, e por me propiciarem a oportunidade de poder experimentar a indescritível felicidade de formar a própria família e contribuir para a formação digna de meus filhos.
Saúde e Sorte!








domingo, 18 de dezembro de 2011

A FORÇA PARALISANTE DO MEDO

Várias vezes nos deparamos com desafios em momentos que não temos as melhores ferramentas ou as melhores condições para vencê-los. E Isto não quer dizer que estamos diante de um jogo jogado.
São nestas horas que podemos exercitar uma das nossas mais nobres capacidades: a de superação.
A capacidade de superar dificuldades é a principal qualidade dos vencedores, que sempre vão além do que os outros acham que poderiam conseguir.
É claro que nem sempre conseguimos sucesso em tudo que tentamos, mas o pressuposto básico para tal é buscar alcançá-lo com as forças que temos, da melhor forma possível, com coragem, inteligência e determinação, buscando alternativas e fazendo o que precisa ser feito.
Mas existe uma força que pode anular completamente a nossa capacidade de superação. Trata-se do medo.
O curioso é que o medo tem seu lado positivo, na medida em que gera precauções que ajudam a evitar perigos reais, contribuindo assim para a nossa própria sobrevivência. Mas, mal gerenciado internamente, pode se transformar numa força negativa e paralisante.
É comum constatarmos isto nos esportes competitivos. A atitude receosa e submissa frente a um adversário mais qualificado, sempre facilita as coisas para este. É o velho exemplo em que nosso adversário, já mais forte, aumenta seu poder pela nossa própria submissão.
Ao contrário, não são raros os exemplos de ousadias planejadas, sem medos exagerados, que propiciam vitórias inesperadas e consagradoras.
Portanto, não podemos nos tornar reféns de nossa própria ilusão, como se nossos receios fossem a mais pura tradução da realidade. Isto só nos impede de lutar e nos torna mais vulneráveis, minando a nossa capacidade de superação.
Hoje, assistindo a final do Mundial de Clubes de Futebol, fiquei com a nítida impressão que o medo paralisou o Santos. Não se discute a imensa superioridade técnica do Barcelona, mas a atitude santista facilitou em muito o trabalho dos espanhóis.
Parabéns ao Barça, pelo brilhante exemplo de futebol.
Ao Santos, que fique a lição: só a coragem vence o medo e é o pressuposto básico da superação.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

PRINCÍPIO JURÍDICO E HUMANO

“Nunca levei um tiro, mas sei que dói”.
O saudoso amigo Ajax Lannes costumava repetir esta frase quando alguém questionava sua opinião a respeito de algo que ele não havia experimentado. Com esta simplória maestria, ele indicava um dos aspectos mais importantes que diferenciam o homem dos outros seres: a capacidade de analisar os fatos e deduzir as causas e as conseqüências daí advindas.
Exercitando esta capacidade, é perfeitamente factível inferirmos a eficácia de uma gestão, pelos resultados apresentados. Mas com uma ressalva: quando falo de resultados, não me limito ao alcance das metas produtivas e operacionais. Incluo também o clima organizacional, que acaba por refletir na qualidade de vida das pessoas e na perenização dos bons resultados.
 O líder que conhece a motivação humana sabe conduzir as pessoas no sentido de sentirem-se inseridas e comprometidas com os objetivos corporativos almejados.
O envolvimento das pessoas e o aproveitamento pleno da criatividade do grupo, são conseqüências do exercício de uma liderança eficaz e salutar.
Quando isto acontece, torna-se mais fácil para o administrador alcançar o sucesso nos seus propósitos, com um grande valor agregado: a satisfação das pessoas.
Então, quando constatamos resultados excelentes, aliados às manifestações espontâneas de satisfação dos funcionários, podemos concluir que estamos diante de um grande líder.
Nesta última quarta feira tive o privilégio de participar de uma homenagem preparada pelos funcionários da Corregedoria do TJRS, para o Desembargador-Corregedor Geral da Justiça, que está se aposentando.
O carinho e a gratidão demonstrados pelos colaboradores, foram tocantes e, mais que isto, se transformaram numa inequívoca demonstração de que estávamos diante de um líder exemplar.
Parabéns ao grupo de colaboradores da Corregedoria do TJRS, não somente pela organização do evento, mas principalmente pelo reconhecimento externado com muita emoção e alegria.
Parabéns em especial ao Desembargador Ricardo Ruschel pelo trabalho desenvolvido, com apoio insofismável de toda equipe, fato que denota a excelência de sua gestão.
São exemplos como este que nos dão a certeza de que o Judiciário gaúcho seguirá na vanguarda das ações em prol da chamada humanização da magistratura, aliando a técnica jurídica aos sentimentos e reforçando cada vez mais a crença de que a dignidade do ser humano deve ser o fim de toda atividade do homem e princípio basilar da justiça.

domingo, 4 de dezembro de 2011

VENDE-SE MOTIVAÇÃO

Um dos maiores dilemas do mundo corporativo está relacionado com este tema: “Motivação”.

Como tornar e manter motivados os empregados?

Sabemos que é da natureza humana a necessidade de demonstrar capacidade, de mostrar competência naquilo que faz, mostrar-se útil ao grupo que convive. Isto por si só já é suficiente para nos motivar a fazermos o melhor. Quem não tem satisfação em constatar o sucesso de suas ações, por mais simples que sejam? Pequenos consertos em casa, montagem de brinquedos para os filhos pequenos, dentre outros, são gratificantes quando constatamos que deram certo.

Então por que nem sempre estamos motivados a fazer o melhor na empresa? Por que são necessários tantos programas relacionados a aspectos motivacionais?

Primeiro, por mais óbvio que seja (e o óbvio nem sempre é óbvio...), não são raras as situações onde os empregados não sabem exatamente o que é o melhor para se fazer. São muitos os exemplos de falta de comunicação adequada, que impedem a definição clara de responsabilidades setoriais e individuais, dificultando o conhecimento das parcelas de contribuição de cada um para com os objetivos empresariais.

Além disto, a falta de feedback também deixa o colaborador sem saber se está fazendo o que se espera dele e se o resultado foi o desejado.

Citei apenas duas situações que influenciam diretamente o comportamento das pessoas. Porém é evidente que existem muito mais. Mas o ponto crucial de tudo isto é que nossos padrões de comportamento são definidos pelas recompensas auferidas.

Então podemos comprar a motivação? Não com estas palavras, mas, momentaneamente, pode até acontecer. Programas de recompensas e bonificações até têm alguma eficácia, durante certo período. Mas, no meu entendimento, a eficácia maior e mais perene somente será alcançada quando identificados e contemplados os aspectos psicológicos do comportamento.

Assim, precisamos compreender e mitigar as recompensas que um comportamento indesejado traz para o empregado e, evidentemente, propiciar benefícios psicológicos para o comportamento que desejamos.

Ninguém mantém uma forma de comportamento, a não ser que obtenha alguma recompensa. E não estou falando apenas de recompensa material. Todos nós temos necessidades psicológicas que precisam ser satisfeitas e, portanto, podem e devem ser uma forma de recompensa. Reconhecimento, respeito, tranqüilidade, alegria, se sentir inserido, confiante, acreditado, são alguns dos benefícios que podem ser “ofertados”, através de uma Gestão Estratégica de Pessoas.

Alinhando os objetivos, desde o nível da direção da empresa até a linha de frente, definindo claramente o papel de cada um e propiciando o desenvolvimento das pessoas, estaremos formando a base para que a motivação floresça internamente, mudando o aspecto aquisitivo dos programas de bonificação, para um aspecto de reconhecimento.

domingo, 27 de novembro de 2011

DIÁLOGO EM 7 DÉCADAS

1937
- Santinho, vem jogar bola!
O grito ecoou pela vizinhança da rua, na pequena cidade de Ipameri, interior de Goiás.
Santinho era o apelido de Domingos, filho único do dentista prático da cidade, seo Tonico, e de dona Docinha. Começando a adolescência, já demonstrava grande interesse por duas coisas: futebol e em seguir a carreira profissional do pai.
- Já vou! Só vou ao quintal avisar minha mãe.
- Não esquece a bola!
- Aquela de meia? Já estragou toda. Não tenho mais.
- Que droga! Ainda vou comprar um monte de bolas de cobertão. E vou ser jogador de futebol!
Meu pai disse que lá na capital já tem um time que pretende jogar até contra os times do Rio de Janeiro e de São Paulo. Acho que o nome é Atlético.
- É mesmo? Será que um dia a gente vai poder assistir a um jogo deles?

Quatro anos antes, tendo a frente o Interventor Pedro Ludovico Teixeira, havia sido fundada a nova Capital de Goiás, que se transformaria numa das mais lindas cidades brasileiras: a bela Goiânia, palavra derivada do termo Tupi-Guarani goiá, que significa gente da mesma raça, da mesma tribo, gente semelhante. E que gente bonita! Não é por acaso que é considerada a cidade das mulheres mais bonitas do Brasil!

1944
- Ontem foi a decisão do primeiro campeonato goiano de futebol. Finalmente, depois de várias tentativas, conseguiram organizar e realizar o certame.
- E quem ganhou?
- Adivinha! Claro que foi o Atlético Goianiense. E o Ari ainda foi o artilheiro do campeonato. O time chapa branca do Goiânia, nunca pensava que ia perder! E você não vai acreditar! O técnico Orlando Feresin, que já tinha o Pixo no time, colocou para jogar o outro filho dele, o Dido, com apenas 17 anos, e que fez dois gols.
 - Imagina como devem estar felizes os irmãos Alberto e Afonso Gordo, o Edson Hermano, o João de Brito Guimarães, o João Batista Gonçalves, o Ondomar Sarti, o Benjamin Roriz , e os demais que participaram da fundação deste time. O Atlético é o orgulho da nossa Campininha!
- É verdade. Somos todos atleticanos! Viva o Dragão!

O local escolhido para a construção de Goiânia foi uma área ocupada pela cidade de Campinas.
E como sempre acontece quando se juntam comunidades diferentes num mesmo espaço, surgiu uma grande rivalidade entre Goiânia e o agora bairro de Campinas. E como era de se esperar, a rivalidade foi transferida para o futebol. Assim, durante quase 30 anos, perdurou a rivalidade entre Atlético, representante da Campininha, e o Goiânia Esporte Clube, que recebia todo o apoio financeiro e estrutural do estado, motivo pelo qual era considerado o time dos funcionários públicos. Ao contrário, o Atlético se sustentava através das doações de seus adeptos, sendo o principal deles o emérito torcedor Antonio Accioly, que doou o terreno da atual sede do Dragão. 

1957
- Que felicidade! Quem diria que nós iríamos ver o Atlético fazendo história? Lembra da gente guri em Ipameri? Agora vendo o Dragão se tornar Campeão Invicto!
- É nosso quinto título. O título de 55 já foi memorável, com as atuações fantásticas do Epitácio, que comandou nosso time no mais longo e mais disputado de todos os campeonatos. Mas este é especial, pois foi Invicto! Chora concorrência!

Nos anos de 1960, devido a construção de Brasília, Goiânia experimentou uma era de grande desenvolvimento. A antiga rivalidade entre o centro e o bairro de Campinas foi perdendo força e deu margem ao crescimento de dois clubes até então meros coadjuvantes: o Goiás, representante de uma emergente burguesia comercial e industrial, e o Vila Nova, preferido dos operários e migrantes que participaram da construção da capital federal. Consolidava-se assim mais uma luta de classes.

1970
- E aí, Santinho? Mais um título, hein! E, para ficar melhor, em cima do Vila Nova.  O Pito Marinari deve estar doente... Ha, ha, ha...!
- É o sétimo. Tiramos um caroço da garganta! Estava engasgado até hoje com a perda do campeonato de 67 para o Crac. E que campeonato fez o Dádi! Agora podemos gritar de novo: DRAGÃO CAMPEÃO!

1971
- Como sempre somos os primeiros! Primeiro time goiano a conquistar um título de âmbito nacional. Somos os grandes campeões do Torneio da Integração Nacional. Que final eletrizante contra a Ponte Preta, hein?
- Pois é! Foram 16 equipes de vários estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Maranhão. Um verdadeiro campeonato brasileiro. E deu Dragão!

1985
- Enfim um campeonato ganho em cima do Goiás! O primeiro no Serra Dourada.
- E como sempre, o Goiás ainda tentou ganhar no tapetão. Aliás, eles já tinham garfado o campeonato de 83, contra a Anapolina. Mas desta vez, não teve jeito. Mais um título rubronegro!
E ainda tivemos o Bill “bola branca” como artilheiro!

Pelo Atlético passaram os principais goleadores do estado, como, Ari, Dido, Tarzan, Fábio, Dádi, Bill, além do maior recordista de gols da história dos campeonatos goiano: Baltazar, o Artilheiro de Deus, que posteriormente brilhou no Grêmio e no Atlético de Madri.

1990
- Há quanto tempo, Santinho! Acho que a última vez que nos vimos foi na decisão de 1988, quando ganhamos mais um campeonato goiano.
- Foi mesmo. Lá em Anápolis. Foi bonita a festa. Lembra da BR 153 tomada de carros com bandeiras rubronegras?
- Se lembro! E agora, mais uma vez saímos na frente: somos o primeiro time de Goiás a ganhar um campeonato brasileiro da série C.

Após este título, uma seqüência de erros administrativos levou o clube a passar por enormes dificuldades, que culminou com a demolição parcial do Estádio Antônio Accioly e a triste queda para a segunda divisão em 2003. Mas com a luta de abnegados, o imortal rubronegro da chacrinha, qual fênix, ressurgiu das cinzas. Valdivino de Oliveira, Maurício Sampaio, Marco Antônio Caldas, Adson Batista, Serjão Cruz, dentre outros, foram os principais responsáveis pelo soerguimento desta legenda do futebol goiano, reconstruindo o estádio Antonio Accioly, retornando à elite do goianão e subindo meteoricamente para a série A do brasileirão.

2007
- Que emoção! Eu já achava que morreria sem ver o Atlético campeão novamente. Mas aquele golaço do Anailson acabou com a agonia de dezenove anos sem título. Acho que não morro mais do coração!
- E que jogador, este Anaílson! E esta final tinha que ser mesmo contra o Goiás. Afinal, ninguém agüentava mais a prepotência e a soberba dos mochés.
- Mas agora começamos uma nova era. Afinal, quem é imortal é o nosso rubronegro!

2009
- 21 de novembro de 2009. Esta data agora faz parte da história do Atlético. Estamos na série A do brasileirão.
- Quem diria! Depois de quase extinto, esta recuperação fantástica. Estou ficando mal acostumado...
- Bem acostumado, você quis dizer, né? De 2007 para cá, só temos motivos para comemorar. Campeões goiano mais duas vezes, campeão brasileiro da série c mais uma vez, e agora esta grande conquista: estamos na elite do futebol brasileiro.
- É verdade! E o Raul, meu filho que mora em Porto Alegre, profeticamente tinha afirmado que isto iria acontecer lá no Rio Grande do Sul.
- Eu me lembro. Boca santa!
- Acho que o único que acreditou foi meu neto atleticano, o Paulo Jr. Ele foi para Porto Alegre e juntamente com o Raul, a esposa e a filha, viajaram para Caxias do Sul e, tirando os dirigentes, foram os únicos atleticanos presentes no Alfredo Jaconi.
- Fiquei sabendo. Eles levaram até bandeiras, não foi?
- Sim. Eu fiquei preocupado, pois eles fizeram questão de ir uniformizados e com bandeiras. Mas o Serjão, diretor do Atlético, solicitou ao presidente do Juventude que garantisse proteção, e tudo deu certo.
- Deve ter sido emocionante.

Em 2009, quando foi divulgada a tabela da série B daquele ano, percebi que o penúltimo jogo do Atlético seria aqui no Rio Grande do Sul, na cidade de Caxias do Sul. Desde então, comecei a convidar alguns parentes e amigos atleticanos a vir assistir esta partida, afirmando que o nosso acesso à série A se daria aqui. E coincidentemente, isto aconteceu.

2011
- Depois de mais conquistas, com o bicampeonato goiano 2010/2011, e da continuidade na série A, acho que precisamos alçar vôos maiores, você não acha?
- Claro! E podemos começar classificando para a disputa da copa sulamericana. Seria o primeiro torneio internacional que o Dragão participaria.
- Seria bom que isto ocorresse em Porto Alegre. Teu filho dá sorte. Aí ele poderia mudar para Tóquio, para também dá sorte na final do mundial, no ano seguinte.
- Maktub!

sábado, 19 de novembro de 2011

APRENDENDO A APRENDER

Aprenda a aprender! Este é o lema dos pedagogos defensores do construtivismo, para quem a finalidade da prática pedagógica é auxiliar o aluno a realizar aprendizagens por si mesmo. Nesta ótica, o aluno se torna responsável pela construção de seu conhecimento.
Vantagens alardeadas pelos seguidores desta corrente: maior autonomia intelectual, liberdade de pensamento e de expressão e, profissionalmente, maior empregabilidade.
Sou um dos defensores desta filosofia, principalmente por entender ser esta a melhor forma para tentarmos acompanhar a velocidade do desenvolvimento tecnológico, que traz consigo a demanda absurdamente crescente por mão de obra qualificada. Pero, como todo en la vida, hay que tener cuidado con las exageraciones.
Não podemos ser radicais a ponto de desprezarmos a aprendizagem decorrente da transmissão de conhecimentos, principalmente se feita por quem detenha conhecimentos desenvolvidos e que agregam valor social. Não seria muito inteligente prescindirmos do conhecimento social e científico existentes.
 Não resta a menor dúvida que a educação deve capacitar as pessoas para atender a um mundo empresarial e uma sociedade em permanente transformação, que tornam os conhecimentos cada vez mais provisórios. Como se fosse alimento perecível, o conhecimento está com prazo de validade cada vez menor.
Isto significa que o profissional que não se atualizar estará condenado ao desemprego.
Aí, algo me chama a atenção: será que este tipo de educação não seria mais uma forma de atender à insaciável “fome” da sociedade capitalista?
Assim, mesmo reconhecendo o “aprender a aprender” como um diferencial na selvagem competição por emprego, não posso deixar de alertar para a importância de uma educação voltada também para as transformações sociais.
E, se no primeiro caso a construção do próprio conhecimento é imprescindível, no segundo caso não podemos abrir mão da transmissão dos ensinamentos daqueles conhecedores da realidade social.
Educação, sempre!

terça-feira, 15 de novembro de 2011

VIVA A REPÚBLICA! MAS, POR QUÊ?

15 DE NOVEMBRO – Data da Proclamação da República. Feriado nacional e dia para recordarmos os heróis republicanos.
Mas estamos comemorando exatamente o quê? Por que este acontecimento é tão importante para nós? Qual a vantagem disto?
Primeiro precisamos entender o que é uma República. Em resumo, trata-se de uma forma de governo onde teoricamente o poder emana do povo, que elege seus representantes. Opõe-se à Monarquia, onde o Chefe de Estado não é eleito, pois, neste caso, o poder derivaria de uma fonte divina.
Numa análise inicial, acho que a grande maioria entende ser a República uma melhor forma de governo, se comparado à Monarquia, pelo simples fato de possibilitar a participação popular na escolha de seus governantes.
Mas a forma republicana de governo basta para que o Estado cumpra com suas obrigações?
A existência do Estado só se justifica pela ação em prol de seus cidadãos. Portanto cabe ao Estado garantir os direitos naturais para todos eles. E a forma de governo é o meio para se atingir este objetivo.
Ainda acho que a forma republicana continua sendo o meio mais adequado para isto, porém, a realidade não cansa de nos mostrar que o Estado continua bem distante das suas metas.
Políticos profissionais corruptos, crises econômicas, carga exagerada de impostos, ingerências das forças econômicas e das grandes organizações, dentre outros fatores, fazem com que o mandatário maior deixe de ser o Presidente de todos para se transformar no Presidente dos grupos que lhe dão apoio.
Quando isto ocorre, a República deixa de cumprir com suas atribuições, muitas vezes se colocando em níveis abaixo de países monarquistas.
Portanto, mais do que comemorarmos a nossa forma de governo, mister se faz exigirmos o cumprimento das obrigações inerentes ao Estado, de forma que a República seja o sustentáculo dos direitos de todos os cidadãos.

sábado, 12 de novembro de 2011

ALAMEDA DAS ROSAS, 879

- Jean Paul...! Vem tomar banho!
Era o grito de Paule, irmã mais velha de Jean, nosso vizinho.
- Já estou indo. Falta só um gol para terminar.
- Vem agora, senão chamo minha mãe!
Com este ultimato Paule acabara de inviabilizar a continuidade de mais uma exibição de gala dos craques da alameda das rosas. Num jogo de dois contra dois, a saída de um era fatal.
Nosso estádio era a calçada e nosso campo era feito de “golzinhos” com duas pedras de cada lado. Chuteiras? Nem pensar! Era descalço mesmo. Aliás, muitas vezes nossos chinelos de dedo se transformavam em traves, no lugar das pedras. E neste palco desfilaram grandes craques: Raul Bahia, Paulo Bahia, Jean Paul, Paulo Preto, Pedro Pepê, Elder Balestra, João da Marta e tantos outros que, mais que atletas ou adversários, eram grandes amigos que se sustentavam na difícil missão de fazer a travessia da infância/adolescência para a fase adulta.
O saudosismo normalmente é característica dos mais velhos. Então assumo minha idade avançada: que saudade...!!!
Todo dia, ao chegar da escola, corria para fazer as tarefas e poder sair na porta de casa para jogar bola com os amigos e vizinhos, que já estavam gritando do lado de fora.
Quando escurecia e não dava mais para enxergar a bola, iniciavam-se então as eternas discussões: “Roberto Dinamite é o melhor do Brasil!”; “que nada, ainda é o bigodudo Rivelino”; “é o Zico, e não se fala mais nisto!”
E os campeonatos de futebol de botões? Coisa séria, com regras pré-definidas, tabelas e horários estabelecidos. Cada um chegava trazendo seu time, dentro de um saquinho plástico, como se fosse o seu patrimônio de maior valor. E era! Dentro destes saquinhos trazíamos não só um time de brinquedo, mas também nossos sonhos de vida, que eram compartilhados de maneira fraternal e sadia.
Quando o dia era de vento, não podíamos perder a oportunidade de “soltar pipa”. E nisto éramos privilegiados. Como morávamos em frente ao Horto Florestal, não existiam prédios do outro lado da rua e, portanto, tínhamos todo espaço do mundo. É claro que sempre tinha alguém que conseguia enroscar a pipa em alguma árvore.
À noite, banho tomado, mais um pouquinho de conversa, agora com a participação também das meninas, destaque para as presenças constantes de Nara e Jacqueline.
Mas este saudosismo exacerbado é só para afirmar que apesar das grandes contribuições trazidas pelo desenvolvimento urbano e tecnológico, o padrão de relacionamento entre as pessoas mudou e, em meu entendimento, para pior. A relação com os vizinhos, que ia mais além do que um símbolo de amizade, ditando comportamentos e ajudando na educação e formação dos filhos, infelizmente perdeu esta conotação. Nos dias atuais, via de regra, os vizinhos deixaram de ser amigos e protetores, para se transformarem em intrometidos e fofoqueiros.
Felizes as pessoas que, como eu, viveram este tempo. Quem sabe ainda volta!!?
Um abraço ao Jean que, ao me adicionar no facebook, reavivou estas lembranças. Bons tempos!