domingo, 6 de fevereiro de 2011

CENSURA, FALTA DE LIMITES E EDUCAÇÃO MIDIATIZADA

As mídias, enquanto meios de informação e comunicação, influenciam significativamente na formação e na modelagem dos grupos sociais. E, justamente por ter este papel tão relevante, devem se constituir em instrumentos para a formação de pessoas conscientes e comprometidas com o bem comum.
No entanto, é preciso que a própria sociedade, através de uma constante análise crítica, exija sempre o cumprimento desta obrigação.
A história relata verdadeiros absurdos, que mostram como a mídia pode ser utilizada indevidamente, em prol de interesses de grupos.
 Vocês sabiam que o primeiro jornal brasileiro, criado em 1808, era publicado em Londres para fugir da censura imposta pelas autoridades daquela época colonial? O gaúcho Hipólito José da Costa era um liberal que defendia os direitos individuais, e foi o fundador do Correio Braziliense. Ironicamente, o mesmo Hipólito acabou inaugurando a prática de conchavos, aceitando subsídios do Rei D. João (Gomes, Laurentino – 1808, Editora Planeta, 2008).
Atualmente temos exemplos do outro extremo. A falta de limites no uso da Internet tem gerado situações constrangedoras, expondo a intimidade e gerando diversos prejuízos. Apesar do caráter revolucionário e predominantemente positivo, a Internet chegou sem as devidas leis e normas necessárias à utilização sadia.
Neste contexto, se insere a educação que, na sua atividade principal de produzir conhecimento, sempre teve como base a comunicação.
Inicialmente esta comunicação teve um caráter unidirecional, quase que autoritário, onde o professor enviava uma mensagem e o aluno se colocava de uma maneira passiva diante dela. Quando muito, o diálogo se concretizava no esclarecimento de alguma dúvida.
Todavia, a crescente conscientização acerca da necessidade de tornar a relação educacional mais interativa, concretizando o verdadeiro diálogo entre professor e aluno, gerou o desenvolvimento de práticas pedagógicas modernas e emancipadoras.
Estas novas práticas contam com um forte apoio da tecnologia, que vem disponibilizando ferramentas de informação e comunicação cada vez mais práticas e atraentes.
Não restam dúvidas sobre as vantagens potenciais desta nova educação midiatizada. O ganho obtido pelas inúmeras oportunidades de se implementar a interatividade e o diálogo efetivo, é imenso.
Porém, este novo contexto gera grandes desafios para os educadores, principalmente pela necessidade de se ampliarem as reflexões sobre estas possibilidades, de forma a garantir que contribuam para a finalidade principal que é a de transmitir conteúdos pedagógicos e propiciar um ambiente de diálogo e interação.
Não menos importante é a necessidade de constante atualização do professor, fato que gera outra necessidade: a de mudanças na estratégia de sua formação.

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