sexta-feira, 26 de outubro de 2018

DO TRAÇO SE FEZ LUZ


Qual a probabilidade de alguém, no Brasil, fazer uma faculdade de ponta e se tornar executivo na maior metrópole do país? Infelizmente é muito baixa. Em algumas situações, quase zero, o que na linguagem popular dos gráficos se traduz por “traço".
Qual a probabilidade de alguém, que nasceu em Goiânia, no final da década de oitenta, conhecer e vir a se casar com uma pessoa que nasceu em Guaíba-RS, também no final da década de 80?
Traço!
E qual a chance disto tudo acontecer, com direito a noivado em Veneza e lua de mel nas Maldivas?
Traço!
Mas o imponderável suplantou o improvável e, do traço, se fez luz. Do que parecia impossível, se fez a União de duas Almas!
Anne! Uma princesa de aparente fragilidade e delicadeza, que se transformou numa majestade de força, competência e talento. E que nos ensinou um outro significado para a expressão “não consigo", que passou a representar “será muito  difícil, mas conseguirei!".
Adriano! Exemplo de garra e destemor, dirigidos pelo coração e pautados pelo respeito, pela ética e principalmente pela simplicidade de conduta.
Vocês já venceram e suplantaram grandes desafios, inclusive em relação à matemática probabilística. Agora, chegou o desafio maior que é o de serem felizes juntos.
Que vocês consigam sempre renovar o prazer de ficarem juntos, tendo o casamento como base para a busca e a sustentação da felicidade, nosso bem supremo.
E contem sempre com seus pais, que mais do que admiração, sentem orgulho e gratidão por tudo que vocês representam para as nossas vidas.

Porto Alegre, 27de outubro de 2018

Raul e Monica / Moacir e Sônia

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

DOZE ANOS E DUZENTOS E DEZESSEIS MESES

Mais um 12 de outubro, mais um ano deste exemplo de pessoa e de vida que tu és, Anne.
Mas hoje não vou falar de ti. Quero falar de teus amigos.
Emocionante estes dias que estou passando contigo aqui em São Paulo. Por vários motivos, dentre eles, a oportunidade de conviver com algumas das pessoas que integram teu círculo de amizade.
Cara, eles são muito loucos!
Mas não de uma loucura excludente, e sim de uma loucura inclusiva. Não de uma loucura prejudicial, mas sim de uma loucura que acrescenta e gera valor. Não de uma loucura que gera receios, mas sim de uma loucura que atrai e faz com que tenhamos a vontade de ser um deles.
De maneira magistral, conseguem transformar a diversidade numa universalidade, criando um ambiente agradável e bem-humorado, sem prejuízo, até, da seriedade.
Só para se ter uma ideia, ninguém deu a mínima para o fato de meu tênis estar sem cadarço!!!
Não é incrível?
A forma como me receberam mostra claramente a admiração que sentem por ti, fato que, além de me emocionar, me deixa a certeza que tu podes contar com eles, se necessitar.
Parabéns, lindinha!
Pelo aniversário e pelos amigos.
Feliz com tua felicidade!
Te amo!

terça-feira, 9 de outubro de 2018

UMA AMIZADE REAL


Anne,

Que bom falar contigo novamente! Quanta saudade!

Mas saudade boa, que nos remete ao tempo de criança e à constatação de quão importante foi a nossa amizade e quanto ela contribuiu para o nosso crescimento.

Lembro como se fosse hoje, de seu pai dizendo: “nós não estamos nesta vida apenas para viver, mas, principalmente para conviver”. Não entendia o que ele estava dizendo, mas achava engraçado o tom empostado de voz que ele usava.
Mas hoje, entendo perfeitamente!
As intersecções através das quais Deus nos liga a outras pessoas e outras almas são os principais elementos que moldam a base de nossa felicidade. E nós tivemos a grande benção de termos nossas almas interligadas.

A notícia de teu casamento me alegrou de tal maneira que não pude deixar de te falar.

Falar e desejar que Deus ilumine sempre você e o Adriano, para que nunca se perca na mente de vocês a consciência da essência do casamento.

A essência do casamento passa pelo companheirismo, pelo apoio, atenção e, principalmente, pela capacidade de resgatar continuamente o prazer da convivência entre vocês. Este é o melhor combustível para alcançar os seus objetivos e, por conseguinte, a tão sonhada felicidade.

Afinal, para enfrentar as adversidades que teimam em aparecer em nossas vidas, nada melhor do que um companheiro para toda a vida!

Felicidade sempre!

Beijos!

Beca



P.S. - A propósito: quando teu pai estiver indo para o Aeroporto, diga a ele para dar aquela paradinha básica, na altura da Av. Independência com a Rua 68, que eu pegarei carona e irei junto.

Afinal, nunca iria perder o casamento de minha melhor amiga!

domingo, 16 de setembro de 2018

A ESSÊNCIA DA VIDA


O que dificulta ou mesmo impede as pessoas de serem felizes?
Se eu soubesse, certamente já estaria milionário e famoso.
Todavia, uma coisa entendo como certa: é cada vez maior o numero de pessoas que vincula a felicidade ao alcance de metas inúteis.
Observando com atenção, facilmente constatamos os enormes esforços despendidos no sentido de buscar atender necessidades não prioritárias ou inúteis.
Trocar de carro de dois em dois anos se tornou mais importante que ter para onde ir. A compra de uma casa maior e mais sofisticada parece ter mais valor do que receber os amigos em seu lar.  Viagens para o exterior tornou-se uma espécie de competição entre amigos e parentes. Quantos países você conhece?
A ostentação reina, sob a pressão do consumismo e sob o pretexto de nos sentirmos realizados. Por outro lado, aumenta assustadoramente o número de pessoas isoladas, deprimidas, que pulam de um relacionamento para outro.
Como explicar a infelicidade de pessoas que aparentemente tem tudo?
É evidente que precisamos buscar mais conforto e mais oportunidades de conhecimento. Mas, antes disto, precisamos conhecer a nós mesmos e deixar de basear nossa autoestima na imagem que os outros constroem de nós.
Quando entendermos que nossa felicidade não depende de aprovação alheia, ficará mais fácil identificar os presentes diários que recebemos, continuamente.
A essência da vida passa pela capacidade de nos emocionarmos positivamente com o que os nossos sentidos nos brindam.
Que maravilha poder ver o espetáculo da natureza! Que sublime poder escutar os acordes de uma música! Quanta emoção ao poder tocar e sentir a pele e o cheiro da pessoa amada!
 
A essência da vida é a gratidão, pois somente exercitando-a é que poderemos apreciar as coisas mais belas que o viver nos proporciona, e  que nos dão força para superarmos os obstáculos.
Abraços à grande amiga Neuzinha Beltrão que não se cansa de nos ensinar isto.
GRATIDÃO SEMPRE!

sábado, 1 de setembro de 2018

REBOOT: A SOLUÇÃO PARA O BRASIL!


Pirei de vez!
Eu, contribuindo para reforçar a utilização de expressões inglesas no nosso cotidiano?
E sugerindo uma aparente ação simplista para dar jeito no Brasil?
Maluqueci! (e ainda criando neologismo barato...).
Mas acho que só um reboot pode salvar o Brasil.
Termo comum entre os profissionais ligados às atividades de correção do mal funcionamento de computadores, smartphones, roteadores, dentre outros, significa reinicializar o equipamento que está travado, fazendo-o funcionar de novo.
Quem de nós não reinicializou um computador ou tirou o fio de um modem da tomada, religando em seguida, para que, num passe de mágica, tudo volte a funcionar.
Mas. “tirar o fio da tomada” do Brasil tem uma abrangência muito maior e bem mais complexa. Todavia, é preciso fazê-lo.
O reboot, neste caso, seria desfazer de todas as opiniões e começar tudo novamente, começando pelos fundamentos do conhecimento e da consciência, voltando a desenvolver nosso senso crítico, reduzindo a interferência da mídia dominante e das soluções simplistas sugeridas pela polarização de ideias, sem análise crítica.
E não existe momento melhor para dar um reboot no Brasil, que o das próximas eleições. Vamos deixar o senso comum de lado e exercitarmos, para valer, o nosso senso crítico.
Primeiro, devemos descartar candidatos que dão indícios de gastos exorbitantes na campanha. É uma sinalização clara de corrupção futura.
Mas só isto não basta. Precisamos entender o nosso sistema político para, então, entender que a maioria das promessas dos candidatos a cargos executivos, só pode ser cumprida através de emendas constitucionais e de novas leis, atribuição dos deputados e senadores.
A promessa de mudanças, sem apoio do congresso, também sugere “barganhas” futuras, que provavelmente descambarão para a corrupção.
Claro fica a importância de uma acurada análise crítica das propostas dos candidatos aos cargos legislativos, que normalmente ficam eclipsados pelas campanhas para Presidente, mas que são importantíssimos para dar sustentação a qualquer plano de governo.
Temos que entender as atribuições de cada órgão, para podermos cobrá-los. O Supremo Tribunal Federal – STF não é órgão legislador, mas sim defensor e garantidor do cumprimento das determinações constitucionais. Os Tribunais de Contas não julgam, mas sim devem controlar, orientar e fiscalizar as ações executivas do governo.
Estes são apenas alguns exemplos práticos da necessidade de desenvolvermos o nosso senso crítico, partindo dos fundamentos básicos para, através da conscientização, começarmos a mudar efetivamente o país.
Precisamos fazer nossa parte, refletindo internamente e atentando para o meio que nos circunda, para alcançarmos, de modo equilibrado, o conhecimento necessário para mudar nossos destinos.
  

sábado, 30 de junho de 2018

ALIENAÇÃO É ISTO, E NÃO AQUILO!


Dentre os diversos significados da palavra “alienação”, quero abordar aquele que define uma pessoa alheia a si própria e ao meio social em que vive.

Alvo de críticas de uns tantos, talvez esteja presente em parte destes mesmos tantos que a recriminam, na medida em que o processo de alienação alcança os mais diversos setores de nossa vida, afetando, por exemplo, as relações com o trabalho, com o lazer, com as outras pessoas, e até consigo mesmo.
Como assim, por exemplo?
Vejamos o trabalho. Teoricamente, é um dos maiores meios para a realização do indivíduo e do desenvolvimento social. Todavia, na prática, grandes dificuldades se apresentam para o alcance desta finalidade, principalmente pela crescente inversão de valores, onde a produção tem se tornado o objetivo do homem, ao invés do homem ser o objetivo da produção.
Uma das consequências é que a função do empregado tem se limitado, cada vez mais, ao cumprimento das metas de qualidade e produtividade setoriais, exigindo do trabalhador uma rotina monótona, desgastante, e, muitas vezes, sem o conhecimento do processo como um todo, impactando diretamente na sua motivação.
Mas o trabalho é necessário e não dá para jogar tudo pro ar!
Então nos defrontamos com uma outra consequência: uma crescente submissão ao sistema produtivo. Assim, o indivíduo deixa de ser ele mesmo para se transformar numa “mercadoria” que, mesmo não fazendo parte de sua personalidade, precisa alcançar o sucesso de qualquer maneira.
Caminho escancarado para o trabalho alienado, e suas consequências nefastas, tais como pisar no pescoço da mãe para garantir o emprego ou subir de posto na empresa.
Da mesma forma, a enorme desigualdade social, aliadas a atitudes não muito responsáveis, dão ensejo a outro processo nefasto: o consumo alienado, onde uma minoria esbanja dinheiro com supérfluos, enquanto a maioria se priva do mínimo necessário.
Uma “divertida” forma de mostrar a diferença entre os indivíduos. É o “ter” suplantando o “ser”. É ter “status”!
E por falar em diversão, também não podemos esquecer de mais um processo nefasto: o Lazer alienado, onde se frequenta os lugares da moda, mais badalados e chiques, em vez dos lugares que originalmente temos mais afinidades.
Enfim, é alienação pra caraca!
Tá muito Marxista, né? Mas é assim mesmo! Pelo menos nestes aspectos.
Já que falei de Marx, vou terminar estas elucubrações, com uma citação do Filósofo alemão Horkheimer: “Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os traços individuais genuínos”.

sábado, 23 de junho de 2018

EQUACIONANDO A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


- É..., 58 foi Pelé..., em 62 foi o Mané..., em 70...
- Não acredito! O País numa de suas maiores crises, e você se deixando levar pelo ufanismo da Copa.
- Não vou discutir mais sobre isto. Já cansei de dizer que a alienação está em quem acha que, devido aos grandes problemas que estamos passando, não podemos nos divertir.
- Mas quando se fala de futebol, as pessoas esquecem de cobrar das autoridades o que precisa ser feito.
- Então tá! Você que não está acompanhando a Copa, deve saber tudinho o que tem que ser feito para consertar o país, e já deve ter tomado todas as providências necessárias para acabar com nossos problemas.
-  Pelo menos não fico perdendo tempo com coisas sem importância.
- Por isto está sempre aborrecida.
- E você, que se diverte tanto, tem a solução de nossos problemas?
- Não sei se tenho a solução, mas eu raciocino, analiso e não sou um simples espelho da opinião tendenciosa da mídia dominante.
- Seja objetivo e concreto, por favor.
- É só partir do principal objetivo de um Governo: garantir o bem-estar da população, de forma justa.
- Como assim?
- Evitando os dois monstros abomináveis da política: a democracia degenerada e a dominação tirânica.
- Falou bonito, mas continua sem objetividade.
- É que o conceito de justiça é muito subjetivo, pois se presta a harmonizar elementos diferentes, tendo como base a razão e a inteligência.
- E qual a solução?
- Apesar da aparente complexidade, a solução é simples: Priorizar a educação, com ênfase na justiça e nas virtudes!
- Aí eu concordo com você! Mas, como implementar isto tudo?
- Vou facilitar o teu entendimento, equacionando a questão.
- Hum... não sei não...
- Vamos lá! Você entenderá tudo:
País Ideal = {log a,b Educação *[(justiça+1)²+conhecimento)]*[lim x-1000(x*(virtudes+(prática do bem)²)]}
- Agora fu... de verde e amarelo!!!

domingo, 17 de junho de 2018

TROCANDO O SOFÁ


As críticas às manifestações positivas dos brasileiros que ainda gostam de assistir e comemorar as vitórias no futebol, se acirraram com o inicio de mais uma Copa do Mundo, e sugerem uma solução importante para os problemas do País: basta acabarmos com o futebol.
Só que não!
Gostem ou não, o futebol faz parte da cultura brasileira. E cada cultura tem seus próprios valores e atitudes, que moldam cada grupo social.
Todavia, isto não implica necessariamente em alienação ou perda do nível da consciência adequado ao ser humano.
Aliás, a conscientização é fundamental ao desenvolvimento social e deve ser um processo contínuo, exercitado sempre em duas dimensões: a consciência própria ou de si mesmo, e a consciência externa ou do mundo que nos cerca. Para tal, duas práticas são imprescindíveis: a reflexão e a atenção.
Apesar de sua imensa importância, não vou abordar agora a reflexão, enquanto atitude para o desenvolvimento da consciência própria. Vou me ater à atenção.
Atento ao início da Copa, começo a pensar que os profetas do apocalipse tupiniquim devem estar estupefatos e muito preocupados com o que está acontecendo. Milhares de “alienados” Islandeses saíram às ruas para comemorar o empate com a Argentina. Mas o pior veio da Cidade Luz – Paris, onde também houve uma enorme concentração nas ruas em comemoração pela vitória contra a Austrália. Meu Deus! Até os franceses, que tanto contribuíram para o avanço da humanidade, estão se alienando?
Alguns podem contestar:
- “Ah, mas eles podem, já que não vivem em crise como o Brasil”.
Aí eu pergunto: além dos sofrimentos que nossa população está suportando, ainda temos que nos auto privar das poucas atividades que nos trazem diversão?
- “É, mas o futebol também está contaminado com as bandalheiras da CBF”.
Pergunto de novo: será que teremos também de parar de ouvir músicas, tendo em vista ilegalidades cometidas pelas gravadoras e pelos meios de comunicação, na divulgação movida apenas em interesses escusos?
Poderia continuar relacionando outras situações similares, mas seria repetitivo. O que quero frisar é que o esporte, as artes, os costumes, enfim, a cultura, valem muito mais do que as vicissitudes que às vezes as integram. Mas cabe a nós, seres conscientes, distinguir o joio do trigo, ou melhor, o principal do acessório.
Caso contrário, vamos combinar: se alguém chegar em casa e encontrar o cônjuge transando com outra pessoa no sofá da sala, troque o sofá. Imediatamente!  

domingo, 20 de maio de 2018

A BUSCA DA (IN)FELICIDADE NA VISÃO DE UM ARTICULISTA ATABALHOADO


Desde os primórdios, a humanidade tem despendido esforços no sentido de garantir sua sobrevivência, ameaçada, principalmente, pela fome, pelas pestes e pelas guerras.
Hoje, apesar de não termos erradicado totalmente nenhuma destas ameaças, certamente temos um controle razoável sobre elas, permitindo desenvolver novos objetivos para o ser humano.
Será?
Mas que objetivo seria mais importante que a própria vida? Prato cheio para os filósofos, esta pergunta acaba por nos remeter às dúvidas originais de nossa existência: de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.
Utilizando a linguagem usualmente utilizada pela querida amiga Cal Wascheck,  estou falando da tradicional tríade goianesca: donkovim, onkotô e pronkovô.
Se ainda não conseguimos desvendar por completo este mistério, ao menos uma aspiração parece comum à grande maioria dos seres pensantes deste minúsculo planeta Terra: viver cada vez mais.
Então poderíamos concluir que o nosso grande objetivo seria alcançar a imortalidade? Mas, e se a imortalidade for acompanhada de tristeza e sofrimento? Ah, não! Imortalidade só se for acompanhada de felicidade.
Ah! Então o bem supremo, maior que a própria vida, é a felicidade? Mas a felicidade é muito subjetiva e depende também de ações governamentais, pois é difícil ser feliz sem emprego, sem segurança, sem educação e sem casa para morar. Além do que, é da natureza humana querer sempre mais, o que faz com que a felicidade seja uma eterna dependente do futuro e a sua busca desenfreada pode ser a própria infelicidade.
Então o que vocês querem, caras-pálidas?
E eu sei lá...!!!
Ou melhor, sei sim. Eu quero ser feliz hoje!
Se não podemos mudar o que passou, e o futuro é incerto, nos sobra o hoje para sermos felizes.
E como ser feliz hoje? Mas que pergunta mais boba... Sendo, ora essa...!!!
Nunca se esquecendo que o presente insiste em continuar sendo o passado do futuro.
Serve mais uma dose, por favor...



sábado, 28 de abril de 2018

O GLAMOUR DO PESSIMISMO

A palavra “glamour”, em sua origem, significava “encantamento” ou “feitiço”. E o que percebo claramente é que a maioria dos brasileiros está enfeitiçada pelo pessimismo.
Virou moda: Esse país não tem jeito...! Isso não é lugar para se viver...! Estou cansado disso tudo...! São algumas das expressões mais ouvidas nos últimos anos.
Existem motivos para isto? Milhares!
A impunidade, a insensatez, julgamentos tendenciosos, injustiças, protecionismos, falta de ética, falta de respeito, mentiras, corrupções, descasos, dentre diversas outras mazelas, tiraram a credibilidade de nossas instituições e até a esperança por uma vida melhor.
O Brasil está doente!
Mas não se abandona um doente. É nas doenças graves que precisamos de maior apoio. Todavia, virou moda exercitarmos o pessimismo: vou morar em outro país! Vou criar meus filhos noutro lugar!
Ora, meus amigos, se uma pessoa querida adquire uma doença grave, é correto abandoná-la e voltar quando, e se sarar?
Por acaso o Brasil não é um “ente” querido? Não foi aqui que nascemos, convivemos com nossos melhores amigos, temos a graça de vivermos ao lado de nossos pais, de nossos irmãos, convivemos com pessoas, em sua maioria, hospitaleiras, trabalhadoras, honestas e alegres, apesar de tudo?
E quem disse que os outros países não têm problemas? Apesar de naturezas distintas, todos os têm, haja vista os atos terroristas nos países de primeiro mundo e o alarmante índice de suicídios nos países que, teoricamente, oferecem as melhores condições de vida.
É claro que existem grandes oportunidades que justificam plenamente a saída de profissionais diferenciados. Mas aí é outra história. Trata-se de sucesso, advindo de méritos próprios, benéfico ao próprio País, na medida que externa a nossa capacidade.
Sem ufanismo, acho que todos nós amamos nosso País! Não um amor alienado, típico daquele incentivado por ditadores, mas um amor consciente de que podemos e devemos assumir a nossa parcela de responsabilidade na transformação e no resgate da nação, usurpada por representantes ilegítimos e por uma minoria que sobrevive de tirar vantagens em detrimento das pessoas dignas.
Eu amo meu País! Me encanto por sua natureza, gosto do carnaval, adoro futebol. E isto não nos transforma em idiotas alienados, mas sim comprova a nossa capacidade de mantermos a alegria, apesar das agressões que nos cometem.
Alegres, sim, mas nunca resignados. Decepcionados, sim, mas com a honra da maioria de nossos cidadãos inabalada. Um povo sofrido, sim, mas que mantém o senso de humor, diminuindo os efeitos das agruras da vida. Enganados, sim, mas sem curvarmos às injustiças. Envergonhados pelos escândalos protagonizados por quem deveria nos representar, sim, mas cada vez mais convictos das vantagens da liberdade e da democracia
O que precisamos não é renegar nossa cultura e nem abandonar o país, mas sim nos articularmos para exigir e exercitar o direito ao país digno que todos sonhamos.
Reconstruir exige força, persistência e amor! É difícil, mas o resultado certamente será gratificante.
E não gosto de pessimismo! Afinal, não sou peru para morrer de véspera.