sábado, 30 de junho de 2018

ALIENAÇÃO É ISTO, E NÃO AQUILO!


Dentre os diversos significados da palavra “alienação”, quero abordar aquele que define uma pessoa alheia a si própria e ao meio social em que vive.

Alvo de críticas de uns tantos, talvez esteja presente em parte destes mesmos tantos que a recriminam, na medida em que o processo de alienação alcança os mais diversos setores de nossa vida, afetando, por exemplo, as relações com o trabalho, com o lazer, com as outras pessoas, e até consigo mesmo.
Como assim, por exemplo?
Vejamos o trabalho. Teoricamente, é um dos maiores meios para a realização do indivíduo e do desenvolvimento social. Todavia, na prática, grandes dificuldades se apresentam para o alcance desta finalidade, principalmente pela crescente inversão de valores, onde a produção tem se tornado o objetivo do homem, ao invés do homem ser o objetivo da produção.
Uma das consequências é que a função do empregado tem se limitado, cada vez mais, ao cumprimento das metas de qualidade e produtividade setoriais, exigindo do trabalhador uma rotina monótona, desgastante, e, muitas vezes, sem o conhecimento do processo como um todo, impactando diretamente na sua motivação.
Mas o trabalho é necessário e não dá para jogar tudo pro ar!
Então nos defrontamos com uma outra consequência: uma crescente submissão ao sistema produtivo. Assim, o indivíduo deixa de ser ele mesmo para se transformar numa “mercadoria” que, mesmo não fazendo parte de sua personalidade, precisa alcançar o sucesso de qualquer maneira.
Caminho escancarado para o trabalho alienado, e suas consequências nefastas, tais como pisar no pescoço da mãe para garantir o emprego ou subir de posto na empresa.
Da mesma forma, a enorme desigualdade social, aliadas a atitudes não muito responsáveis, dão ensejo a outro processo nefasto: o consumo alienado, onde uma minoria esbanja dinheiro com supérfluos, enquanto a maioria se priva do mínimo necessário.
Uma “divertida” forma de mostrar a diferença entre os indivíduos. É o “ter” suplantando o “ser”. É ter “status”!
E por falar em diversão, também não podemos esquecer de mais um processo nefasto: o Lazer alienado, onde se frequenta os lugares da moda, mais badalados e chiques, em vez dos lugares que originalmente temos mais afinidades.
Enfim, é alienação pra caraca!
Tá muito Marxista, né? Mas é assim mesmo! Pelo menos nestes aspectos.
Já que falei de Marx, vou terminar estas elucubrações, com uma citação do Filósofo alemão Horkheimer: “Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os traços individuais genuínos”.

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