As críticas às manifestações positivas dos brasileiros que
ainda gostam de assistir e comemorar as vitórias no futebol, se acirraram com o
inicio de mais uma Copa do Mundo, e sugerem uma solução importante para os
problemas do País: basta acabarmos com o futebol.
Só que não!
Gostem ou não, o futebol faz parte da cultura brasileira. E
cada cultura tem seus próprios valores e atitudes, que moldam cada grupo social.
Todavia, isto não implica necessariamente em alienação ou perda do nível da consciência
adequado ao ser humano.
Aliás, a conscientização é fundamental ao desenvolvimento
social e deve ser um processo contínuo, exercitado sempre em duas dimensões: a
consciência própria ou de si mesmo, e a consciência externa ou do mundo que nos
cerca. Para tal, duas práticas são imprescindíveis: a reflexão e a atenção.
Apesar de sua imensa importância, não vou abordar agora a
reflexão, enquanto atitude para o desenvolvimento da consciência
própria. Vou me ater à atenção.
Atento ao início da Copa, começo a pensar que os profetas do
apocalipse tupiniquim devem estar estupefatos e muito preocupados com o que
está acontecendo. Milhares de “alienados” Islandeses saíram às ruas para
comemorar o empate com a Argentina. Mas o pior veio da Cidade Luz – Paris, onde
também houve uma enorme concentração nas ruas em comemoração pela vitória
contra a Austrália. Meu Deus! Até os franceses, que tanto contribuíram para o
avanço da humanidade, estão se alienando?
Alguns podem contestar:
- “Ah, mas eles podem, já que não
vivem em crise como o Brasil”.
Aí eu pergunto: além dos sofrimentos que nossa população
está suportando, ainda temos que nos auto privar das poucas atividades que nos
trazem diversão?
- “É, mas o futebol também está contaminado com as
bandalheiras da CBF”.
Pergunto de novo: será que teremos também de parar de ouvir
músicas, tendo em vista ilegalidades cometidas pelas gravadoras e pelos meios
de comunicação, na divulgação movida apenas em interesses escusos?
Poderia continuar relacionando outras situações similares,
mas seria repetitivo. O que quero frisar é que o esporte, as artes, os
costumes, enfim, a cultura, valem muito mais do que as vicissitudes que às
vezes as integram. Mas cabe a nós, seres conscientes, distinguir o joio do
trigo, ou melhor, o principal do acessório.
Caso contrário, vamos combinar: se alguém chegar em casa e
encontrar o cônjuge transando com outra pessoa no sofá da sala, troque o sofá.
Imediatamente!
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