domingo, 17 de junho de 2018

TROCANDO O SOFÁ


As críticas às manifestações positivas dos brasileiros que ainda gostam de assistir e comemorar as vitórias no futebol, se acirraram com o inicio de mais uma Copa do Mundo, e sugerem uma solução importante para os problemas do País: basta acabarmos com o futebol.
Só que não!
Gostem ou não, o futebol faz parte da cultura brasileira. E cada cultura tem seus próprios valores e atitudes, que moldam cada grupo social.
Todavia, isto não implica necessariamente em alienação ou perda do nível da consciência adequado ao ser humano.
Aliás, a conscientização é fundamental ao desenvolvimento social e deve ser um processo contínuo, exercitado sempre em duas dimensões: a consciência própria ou de si mesmo, e a consciência externa ou do mundo que nos cerca. Para tal, duas práticas são imprescindíveis: a reflexão e a atenção.
Apesar de sua imensa importância, não vou abordar agora a reflexão, enquanto atitude para o desenvolvimento da consciência própria. Vou me ater à atenção.
Atento ao início da Copa, começo a pensar que os profetas do apocalipse tupiniquim devem estar estupefatos e muito preocupados com o que está acontecendo. Milhares de “alienados” Islandeses saíram às ruas para comemorar o empate com a Argentina. Mas o pior veio da Cidade Luz – Paris, onde também houve uma enorme concentração nas ruas em comemoração pela vitória contra a Austrália. Meu Deus! Até os franceses, que tanto contribuíram para o avanço da humanidade, estão se alienando?
Alguns podem contestar:
- “Ah, mas eles podem, já que não vivem em crise como o Brasil”.
Aí eu pergunto: além dos sofrimentos que nossa população está suportando, ainda temos que nos auto privar das poucas atividades que nos trazem diversão?
- “É, mas o futebol também está contaminado com as bandalheiras da CBF”.
Pergunto de novo: será que teremos também de parar de ouvir músicas, tendo em vista ilegalidades cometidas pelas gravadoras e pelos meios de comunicação, na divulgação movida apenas em interesses escusos?
Poderia continuar relacionando outras situações similares, mas seria repetitivo. O que quero frisar é que o esporte, as artes, os costumes, enfim, a cultura, valem muito mais do que as vicissitudes que às vezes as integram. Mas cabe a nós, seres conscientes, distinguir o joio do trigo, ou melhor, o principal do acessório.
Caso contrário, vamos combinar: se alguém chegar em casa e encontrar o cônjuge transando com outra pessoa no sofá da sala, troque o sofá. Imediatamente!  

Nenhum comentário:

Postar um comentário