O exercício da análise crítica é sem sombra
de dúvidas um dos instrumentos mais eficazes para o desenvolvimento de uma
sociedade sadia. E por acreditar nisto, tenho usado este espaço também para explicitar
opiniões particulares sobre alguns assuntos.
Porém, acho que o pré-requisito básico deste
tipo de análise é a utilização de argumentos concretos que possam embasar a
opinião externada.
Curioso o que aconteceu com o fenômeno “menos
Luiza, que está no Canadá”. Primeiro as milhares de menções nas redes sociais,
que transformaram quase que instantaneamente a frase num jargão nacional. Em
seguida, uma reação contrária, com críticas pesadas e generalizadas.
Sinceramente, não entendi tanta fúria
reativa. Procurei pelos argumentos críticos e o máximo que achei foi: “nós já
fomos mais inteligentes”.
Mas desde quando um jargão serve para
desenvolver ou medir o intelecto? Pelo contrário, quanto mais simples for, mais
fácil de “pegar”. Neste caso, o simples é mais eficiente. Pode até ser meio
bobo, mas não nos remete ao erotismo, ao terrorismo, à desonestidade, e nem
atinge a plasticidade de alguma manifestação artística.
É apenas uma frase que, inesperada no contexto
inicial em que foi utilizada, tornou-se meio caricata e, portanto, divertida
para algumas pessoas que começaram a compartilhá-la.
E, como tudo que é repetido exaustivamente, perdeu a graça.
Não que eu ache que isto trouxe alguma coisa
de positivo. Simplesmente entendo que o assunto não justifica tamanho gasto de
energia.
Confesso que me senti incomodado, já que todo
mundo estava criticando, menos eu, que nunca fui ao Canadá.
Será que sou o “Joãozinho da parada” neste
assunto?
Mas para mim o ponto crucial desta história
toda, e que deveria estar sendo mais explorado, refere-se ao poder que as redes
sociais têm nos dias de hoje e até que ponto elas podem colaborar para o
desenvolvimento social. Como explorar de forma positiva esta capacidade de
transformação?
Estes sim, muito mais que a popularização de
uma frase banal, são os aspectos que deveriam estar sendo discutidos.
Sem prejuízo dos compartilhamentos
divertidos, as redes sociais podem e devem disseminar conhecimentos, agregando
valores sociais, em todas as áreas. E isto depende de cada um de nós.
É sempre bom lembrar que nunca tivemos um
meio tão democrático e participativo para a divulgação e discussão de idéias como
este propiciado pelas redes sociais.
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