sábado, 7 de janeiro de 2012

A ATRAÇÃO AUDITIVA DAS FEZES

Aprendemos desde cedo que a nossa integração com o ambiente que nos rodeia se dá através dos cinco sentidos fundamentais: olfato, paladar, tato, visão e audição.
Os quatro primeiros apresentam uma rejeição automática quando nos deparamos com fezes. Mas, por que grupos sociais, com níveis elevados de conhecimento, estão cada vez mais ouvindo “merda”, no que diz respeito a músicas?
É evidente que este conceito é muito relativo. A música sempre foi um instrumento de manifestação de grupos sociais e, por conseguinte, expressa o nível de conhecimento do grupo específico. Serve para a necessária integração dos seus componentes, fazendo-os sentirem-se inseridos num determinado meio.
Portanto, quanto maior o nível de conhecimento do grupo, mais exigente ele se comporta.
Mas, o que tem levado à crescente importância das coreografias, dos movimentos sensuais e das letras com significados eróticos, em detrimento da poesia e da harmonia musical?
Observando um link compartilhado no facebook, constato que Michel Teló, com sua música “Ai, se eu te pego...”, foi sensação no reveillon europeu, e está superando artistas consagrados. Exemplo contundente do fato que estou abordando, já que, convenhamos, é uma música que não prima pela função poética de sua letra.
Penso que esta é mais uma confirmação de um fenômeno que está ocorrendo em boa parte do planeta: a crescente utilização da música dentro de um formato de consumo baseado nas necessidades de emoções prazerosas do ser humano. E, para tanto, nada melhor do que impor músicas com viés sensual e dançante, capazes de agitar a galera, menos pela qualidade melódica e mais pela incitação à expansão do erotismo através da música.
Assim, estamos testemunhando a penetração da vulgaridade em nossa cultura musical, apoiada por uma indústria fonográfica de consumo, que transformou a música erótico-dançante em um negócio altamente rentável, em detrimento da qualidade melódica e poética.
Ai, se eu te pego...!

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