Se você bebeu vinho nacional nos
últimos anos, a probabilidade dele ter sido produzido em terras gaúchas é muito
grande. Responsável por 90% da produção brasileira, o Rio Grande do Sul trava
há alguns anos uma verdadeira batalha na busca de um nível de qualidade que
permita o reconhecimento internacional de seus vinhos e espumantes.
E é no paradisíaco Vale dos Vinhedos,
situado entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul,
que podemos encontrar e visitar as melhores vinícolas brasileiras.
Passeando pelo Vale neste final de
semana, pude aumentar um pouquinho meus parcos conhecimentos sobre o processo
de plantio da uva e da elaboração do vinho. Ouvindo atentamente as explicações
dos atendentes das vinícolas, constatei que a região é caracterizada por uma
grande diversidade ambiental, fato que favorece o cultivo de uma grande
variedade de uvas, tais como as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat,
Cabernet Franc, Pinot Noir, Touriga Nacional, Tempranillo e as uvas brancas
como Chardonnay, Sauvignon Blanc e Pinot Grigio.
Decorre daí um dos mais importantes
elementos na produção de um vinho de qualidade: a descoberta da vocação de
novas variedades, num verdadeiro exercício de compreensão e interpretação do
solo.
Percebe-se de imediato a importância
da gestão técnica e do conceito de produção. Todavia, e por mais paradoxal
que seja, a ousadia no emprego de novas tecnologias e técnicas, é
complementada pela tradição, de forma que a interferência seja mínima,
mantendo-se a máxima autenticidade do vinho. Desta forma, práticas como a do
recebimento das uvas por gravidade, dispensando o uso de bombas, a opção por
uma produção mais reduzida de uva por videira, propiciando uma maior
concentração de sabor em cada fruta,
a colheita manual e a substituição do processo de filtragem dos vinhos
pela decantação, começam a ganhar espaço na busca de se garantir a
preservação da essência da uva e sua origem.
A diferenciação, portanto, está no
desenvolvimento de um vinho autêntico, capaz de revelar o caráter distinto do
seu local de origem, ou seja, um vinho com identidade própria que expresse a
autenticidade da uva e da sua origem.
Neste sentido, estão surgindo as
primeiras vinícolas boutique no Brasil, com produção controlada, em menor
volume, porém de alta qualidade.
Para elas a qualidade dos vinhos não
está nas vinícolas, mas principalmente nos melhores vinhedos, e têm a firme
convicção que é necessário buscar sempre o que há de mais essencial em um
vinho: a expressão do terroir, que nada mais é do que a revelação das
qualidades do solo, do clima, e do relevo de um local, aliadas às decisões
tomadas pelo homem, ou seja, o manejo.
Dá licença, que vou degustar meu
Nebbiolo...!
Salute!
May you live
as long as you want and never want as long as you live.
May your glass
be ever full,
May the roof
over your head always be strong,
And may you be
in heaven half an hour before the devil knows you’re dead.
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