domingo, 16 de junho de 2013

A EXPRESSÃO DO TERROIR



Se você bebeu vinho nacional nos últimos anos, a probabilidade dele ter sido produzido em terras gaúchas é muito grande. Responsável por 90% da produção brasileira, o Rio Grande do Sul trava há alguns anos uma verdadeira batalha na busca de um nível de qualidade que permita o reconhecimento internacional de seus vinhos e espumantes.

E é no paradisíaco Vale dos Vinhedos, situado entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, que podemos encontrar e visitar as melhores vinícolas brasileiras.

Passeando pelo Vale neste final de semana, pude aumentar um pouquinho meus parcos conhecimentos sobre o processo de plantio da uva e da elaboração do vinho. Ouvindo atentamente as explicações dos atendentes das vinícolas, constatei que a região é caracterizada por uma grande diversidade ambiental, fato que favorece o cultivo de uma grande variedade de uvas, tais como as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Cabernet Franc, Pinot Noir, Touriga Nacional, Tempranillo e as uvas brancas como Chardonnay, Sauvignon Blanc e Pinot Grigio.

Decorre daí um dos mais importantes elementos na produção de um vinho de qualidade: a descoberta da vocação de novas variedades, num verdadeiro exercício de compreensão e interpretação do solo.

Percebe-se de imediato a importância da gestão técnica e do conceito de produção. Todavia, e por mais paradoxal que seja, a ousadia no emprego de novas tecnologias e técnicas, é complementada pela tradição, de forma que a interferência seja mínima, mantendo-se a máxima autenticidade do vinho. Desta forma, práticas como a do recebimento das uvas por gravidade, dispensando o uso de bombas, a opção por uma produção mais reduzida de uva por videira, propiciando uma maior concentração de sabor em cada fruta,    a colheita manual e a substituição do processo de filtragem dos vinhos pela decantação, começam a ganhar espaço na busca de se garantir a preservação da essência da uva e sua origem.

A diferenciação, portanto, está no desenvolvimento de um vinho autêntico, capaz de revelar o caráter distinto do seu local de origem, ou seja, um vinho com identidade própria que expresse a autenticidade da uva e da sua origem.

Neste sentido, estão surgindo as primeiras vinícolas boutique no Brasil, com produção controlada, em menor volume, porém de alta qualidade.

Para elas a qualidade dos vinhos não está nas vinícolas, mas principalmente nos melhores vinhedos, e têm a firme convicção que é necessário buscar sempre o que há de mais essencial em um vinho: a expressão do terroir, que nada mais é do que a revelação das qualidades do solo, do clima, e do relevo de um local, aliadas às decisões tomadas pelo homem, ou seja, o manejo.

Dá licença, que vou degustar meu Nebbiolo...!



Salute!


May you live as long as you want and never want as long as you live.
May your glass be ever full,
May the roof over your head always be strong,
And may you be in heaven half an hour before the devil knows you’re dead.

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