domingo, 30 de junho de 2013

MELHOR TÊ-LOS



Na era da informação, um dos temas que assume enorme importância é o que diz respeito à aprendizagem. Em decorrência disto, quem pretende manter a empregabilidade deve, necessariamente, aprender a aprender. Mas o que ainda é pouco cobrado é que também precisamos aprender a ensinar. E todos nós, de alguma forma, ensinamos.

Diversas teorias e métodos foram e estão sendo desenvolvidos por estudiosos, cientistas e profissionais da área e, certamente, grandes progressos estão sendo verificados.

Não obstante, apesar de não ser nenhuma autoridade no assunto, vejo uma prática rotineira da vida social como uma inesgotável fonte de aprendizagem: a criação dos filhos.

Se colocarmos em prática no nosso dia a dia os métodos utilizados numa boa educação dos filhos, certamente obteremos sucesso.

Quem tem filhos sabe que, apesar de conviverem num mesmo ambiente, terem o mesmo tratamento e as mesmas condições, agem de formas bem diferentes. Cada um tem sua personalidade, suas preferências, seus “tempos” e suas prioridades. Desta forma, até para não cometermos injustiças, precisamos conhecer a fundo cada um deles, para entendê-los e estabelecermos ações educativas específicas e mais eficazes. E neste processo também aprendemos continuamente.

Fazendo um paralelo com o ambiente corporativo, e resguardando as devidas diferenças, deparamos com estas mesmas necessidades. Quem exerce alguma atividade de liderança necessita igual, conhecer seus liderados, de modo a estabelecer as ações mais eficazes visando o desenvolvimento de cada um.

 Continuando com o meu arriscado paralelismo, assim como as crianças respondem mais rapidamente aos ensinamentos quando recebem recompensas ou “castigos”, também o liderado necessita de reconhecimento e recompensas pelo bom resultado, bem como das “penas” pela desídia.

 Importante frisar que, em ambas as situações, a recompensa é sempre mais eficaz que o castigo. Em linguagem de psicólogo, o reforço positivo estimula mais que o reforço negativo. Por quê? Vou responder com outra pergunta: se alguém estivesse sozinho, sem ninguém vendo, o que motivaria mais a ação na forma desejada?
Outro aspecto semelhante: a falta de um apoio maior no início da caminhada é inescusável e pode ser fatal.

É evidente que inúmeros outros aspectos estão presentes nos contextos sintetizados acima. Seria até leviano ser tão simplista. Porém, não tenho dúvidas que, se levarmos os melhores procedimentos da prática educacional dos filhos para o ambiente corporativo, com as devidas adequações, facilitaremos muito o processo de desenvolvimento de pessoal, com a consequente melhoria dos resultados.

Filhos? Melhor tê-los, mesmo sem sabê-lo!



sábado, 22 de junho de 2013

FAZENDO HISTÓRIA



Não raro, nos últimos dias, tenho recebido questionamentos de alguns seguidores deste blog acerca de minha opinião sobre o movimento popular que tomou conta do Brasil. Douglas, Jéssica e outros leitores, manifestaram o desejo de saber o que eu estava achando de tudo isto. Pois bem! Se a missão foi dada, será cumprida!

Inicialmente quero dizer que acho ser este o maior e mais extraordinário movimento popular de reivindicação social já ocorrido neste país, superando movimentos anteriores com o “Diretas Já” e o “Fora Collor”. Portanto, como diria o amigo de Goiânia, Prof. Rubens Alves Costa Júnior: “além de estudarmos história, estamos agora fazendo história”. E isto é magnífico!

Porém, dois aspectos precisam ser cuidados para não corrermos o risco de perder a essência do objetivo perseguido. O primeiro diz respeito ao oportunismo dos vândalos e marginais, sobre o qual falarei ao final. O segundo refere-se ao próximo passo, que abordarei primeiro.

O movimento é bonito, grandioso e legítimo, mas e daí? O que vem em seguida? Tudo precisa ter princípio, meio e fim. E estamos apenas no começo de uma necessária mudança política/social. De nada servirá se não forem implementadas ações que garantam as melhorias exigidas.

E quais são estas melhorias? Precisamos sair do genérico e começar a tratar o específico. Para tanto necessitamos agora de lideranças setoriais legítimas que consigam aproveitar o momento sublime que o país atravessa, de forma a concretizar ações práticas visando a melhoria da qualidade de vida da população.

Nada melhor, então, do que começar pelo básico, garantindo as condições mínimas previstas na Constituição brasileira, quais sejam, acesso à moradia, educação, saúde e emprego.

É inadiável a execução de ações objetivas e práticas contra o déficit habitacional, pois os programas em andamento não estão impedindo o crescimento de favelas e do número de moradores de rua.

O problema em relação à Educação é cada vez mais gritante. As escolas públicas convivem há tempos com prédios caindo aos pedaços, falta de professores, poucos e inadequados recursos didáticos, sem falar nos baixos salários dos educadores. Tudo isto em decorrência dos baixos e mal utilizados investimentos públicos, que geram um desempenho bem aquém do esperado para a maioria dos alunos.

Quanto à saúde, ai de quem não tem plano privado! A crise parece ser eterna, com hospitais sempre superlotados, falta de medicamentos, equipamentos ultrapassados, filas para atendimento, ambientes que facilitam a infecção hospitalar, enfim, o caos.

Apesar do crescimento da economia ter gerado um pouco mais de empregos nos últimos anos, ainda não está sendo o suficiente para atender à demanda existente no Brasil. Além do mais, os baixos níveis da educação formal e da formação profissional segregam boa parte dos profissionais, empurrando-os para atividades informais e até para a marginalidade.

Onde arranjar dinheiro para tudo isto? Que tal começar reduzindo o custo com a corrupção? Este é um dos custos mais caros para a população e um dos principais fatores que contribuem para o atraso econômico e para a pobreza.

Assim, urge que tenhamos lideranças que possam dar sequência ao extraordinário movimento social que a população brasileira conseguiu materializar.

É só o começo. Mas Aristóteles já dizia: “o começo é mais da metade do todo”.

Quanto ao oportunismo deplorável de vândalos e marginais, considero inadmissível e inaceitável. Medidas enérgicas precisam ser tomadas e a polícia deve atuar firmemente, e com o apoio dos manifestantes.

Como? Poderia fazer algumas sugestões, mas a juventude é criativa e não vai se omitir. Creio que rapidamente teremos uma solução para isto.


domingo, 16 de junho de 2013

A EXPRESSÃO DO TERROIR



Se você bebeu vinho nacional nos últimos anos, a probabilidade dele ter sido produzido em terras gaúchas é muito grande. Responsável por 90% da produção brasileira, o Rio Grande do Sul trava há alguns anos uma verdadeira batalha na busca de um nível de qualidade que permita o reconhecimento internacional de seus vinhos e espumantes.

E é no paradisíaco Vale dos Vinhedos, situado entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, que podemos encontrar e visitar as melhores vinícolas brasileiras.

Passeando pelo Vale neste final de semana, pude aumentar um pouquinho meus parcos conhecimentos sobre o processo de plantio da uva e da elaboração do vinho. Ouvindo atentamente as explicações dos atendentes das vinícolas, constatei que a região é caracterizada por uma grande diversidade ambiental, fato que favorece o cultivo de uma grande variedade de uvas, tais como as tintas Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Cabernet Franc, Pinot Noir, Touriga Nacional, Tempranillo e as uvas brancas como Chardonnay, Sauvignon Blanc e Pinot Grigio.

Decorre daí um dos mais importantes elementos na produção de um vinho de qualidade: a descoberta da vocação de novas variedades, num verdadeiro exercício de compreensão e interpretação do solo.

Percebe-se de imediato a importância da gestão técnica e do conceito de produção. Todavia, e por mais paradoxal que seja, a ousadia no emprego de novas tecnologias e técnicas, é complementada pela tradição, de forma que a interferência seja mínima, mantendo-se a máxima autenticidade do vinho. Desta forma, práticas como a do recebimento das uvas por gravidade, dispensando o uso de bombas, a opção por uma produção mais reduzida de uva por videira, propiciando uma maior concentração de sabor em cada fruta,    a colheita manual e a substituição do processo de filtragem dos vinhos pela decantação, começam a ganhar espaço na busca de se garantir a preservação da essência da uva e sua origem.

A diferenciação, portanto, está no desenvolvimento de um vinho autêntico, capaz de revelar o caráter distinto do seu local de origem, ou seja, um vinho com identidade própria que expresse a autenticidade da uva e da sua origem.

Neste sentido, estão surgindo as primeiras vinícolas boutique no Brasil, com produção controlada, em menor volume, porém de alta qualidade.

Para elas a qualidade dos vinhos não está nas vinícolas, mas principalmente nos melhores vinhedos, e têm a firme convicção que é necessário buscar sempre o que há de mais essencial em um vinho: a expressão do terroir, que nada mais é do que a revelação das qualidades do solo, do clima, e do relevo de um local, aliadas às decisões tomadas pelo homem, ou seja, o manejo.

Dá licença, que vou degustar meu Nebbiolo...!



Salute!


May you live as long as you want and never want as long as you live.
May your glass be ever full,
May the roof over your head always be strong,
And may you be in heaven half an hour before the devil knows you’re dead.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

SANTO ANTONIO



O que leva alguém nascido em família nobre e educado em renomados centros culturais da Europa, decidir seguir uma vida de martírios? Nos dias atuais isto mais parece loucura, mas foi o que fez o menino Fernando, no ano de 1220. Já fazendo parte dos cônegos que seguiam a regra monástica de Santo Agostinho e com grande sucesso nas atividades de ensino, decidiu se converter em frade menor para avançar na busca da perfeição cristã. Tal pedido foi aceito e, tomando o nome de Antônio, partiu para o Marrocos, onde outros missionários haviam encontrado o martírio.

Por sorte, uma doença o obrigou a regressar para a Itália, onde voltou a mostrar seu enorme conhecimento científico, através de uma eloquência invejável, que acabou por direcioná-lo à atividade apostólica, exercida também com grande sucesso.

O poder de suas pregações, aliado a alguns milagres reconhecidos, transformaram-no, após sua morte em Pádua, num dos santos mais populares do mundo: o famoso Santo Antonio.

Conhecido mundialmente como o Santo Casamenteiro, o que poucas pessoas sabem é que, por seu trabalho milagroso e por sua dedicação aos menos favorecidos, também é chamado “Protetor dos Pobres e foi o principal responsável pelo prática que provocou o surgimento da obra intitulada “Pão dos Pobres”, que se desenvolveu com o passar dos anos e se tornou conhecida em toda parte.

E hoje, no seu dia, a lembrança me remete a uma tradição familiar: o terço de Santo Antônio, prática que minha mãe, Raulice, não mede esforço para garantir sua continuidade. Reza por todos nós, mãe. Saudades!