domingo, 10 de abril de 2011

UM iPad NA CABEÇA

Tragédias sempre causam sofrimentos terríveis, qualquer que seja o motivo, o local ou as pessoas atingidas. Todavia, chama a atenção a forma e o modo que cada povo reage ao infortúnio.
Recentemente, ficamos estarrecidos com a tragédia japonesa decorrente do terremoto seguido de tsunami. No entanto a reação do povo japonês foi, pelo menos para os nossos padrões, bastante contida.
É claro que são situações totalmente distintas, mas, se comparadas com as reações acontecidas no Brasil quando da ocorrência de enchentes e deslizamentos, estas últimas parecem ser mais dramáticas.
Não estou tentando mensurar a dor, mesmo porque em ambos os casos ela é infinita para os familiares e amigos diretamente envolvidos. Estou apenas tentando entender a influência da cultura nas reações comportamentais de povos distintos.
Qual seria o aspecto primordial que define o comportamento padrão de um povo? Seria a genética? Seria a cultura? Seriam os recursos naturais que cada país possui para suplantar adversidades?
O fato é que, de forma empírica, podemos constatar características gerais de um povo, que o distingue de outro. O povo brasileiro, por exemplo, é considerado alegre e festeiro. Já o japonês tem como marca registrada a dedicação ao trabalho.
Todavia, isto acaba ficando mais próximo de um estereótipo do que de uma constatação. Mesmo porque a maioria dos brasileiros também é dedicada ao trabalho e, ao seu modo, os japoneses também são alegres.
É difícil medir a intensidade com que os elementos culturais afetam o comportamento, mas uma coisa é certa: o comportamento de um povo é um dos fatores que influencia no desenvolvimento econômico dos países.
Os valores e atitudes decorrentes da cultura são fatores importantíssimos e às vezes decisivos para o progresso do País. Só não podemos esquecer-nos dos princípios básicos de convivência, em especial da ética, da honestidade e do respeito.
O acelerado desenvolvimento tecnológico percebido nos últimos anos, não foi acompanhado pelo desenvolvimento da mente humana no tocante ao comportamento. O egoísmo, o individualismo, as traições, a desonestidade e tantos outros defeitos, parecem ser os mesmos da idade média.
Assim, independente da cultura que molda o comportamento, precisamos urgentemente desenvolver a “tecnologia” da mente, para alcançarmos também o desenvolvimento humano completo.

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