Nesta semana que se findou, o trágico acontecimento na boate de Santa Maria-RS completou
um mês. Este doloroso fato ainda repercute nas pessoas, que ficam perguntando: por
que tanto sofrimento? Qual a explicação para estas tragédias? Qual a lógica da
Justiça Divina?
E nestes momentos, as pessoas mais afetadas buscam
desesperadamente alguma resposta que lhes possa consolar. Mas, para a maioria,
não há resposta convincente. Resta então, acreditar em Deus, paradoxalmente num
momento fragilizado para ter fé, visto que a impressão que se tem é de que o
Criador não se importa com nosso sofrimento.
Inúmeras são as tentativas de se explicar fatos
como este. Na ótica da doutrina espírita, por exemplo, a reencarnação permite a
expiação por débitos contraídos em vidas passadas, trazendo a liberdade e
abrindo caminhos de luz no céu para estas almas redimidas, assegurando a
felicidade futura.
Diferentemente, na visão católica Deus não age com
este determinismo de causa-efeito. Os castigos divinos estariam direcionados ao
fim último do ser humano, que não seria a preservação de sua vida física, mas
sim a salvação da sua alma. Neste sentido, o mal relativo de uma tragédia pode
redundar num bem absoluto. Além disto, o mal sofrido, mesmo que não redunde em
bem para a pessoa, pode servir ao todo.
Existem diversas outras visões, que
poderíamos abordar e até discutir suas pertinências, porém, este não é o nosso
objetivo. O objetivo principal é de, através deste post, tentar responder ao
questionamento de uma amiga: “o que fazer para deixar de me entristecer e
sofrer com este episódio?”
Como foi visto, as opiniões variam conforme a
abordagem seja ela científica ou religiosa. Mas o que importa, em minha modesta
opinião, é darmos sentido ao sofrimento, independentemente da abordagem
preferida, de modo que cada um de nós possa descobrir o seu significado existencial,
para que possamos crescer espiritualmente, superarmos os traumas e vivermos
melhor.
De uma coisa tenho a convicção: os jovens
vitimados na tragédia de Santa Maria, continuam a viver!
Querido Raul,
ResponderExcluirObrigada, o modo como tu compreendes a tragédia é realmente uma forma de aplacar a tristeza. Imaginar e, de fato, perceber que o ocorrido está servindo para a prevenção de outras tantas possíveis perdas é de alguma forma um consolo. Vou te contar uma coisa, minha mãe (católica)quando me via muito impressionada com alguma coisa triste ou ruim dizia: Minha filha, não fique assim, não podes te abalar tanto, Deus tem uma razão pra tudo. Então, imaginando estar pecando por questionar tanto uma vontade divina, obrigava-me, inconscientemente, a parar de pensar, e funcionava...passava... Mas a gente cresce e começa a fazer outras perguntas e procurar respostas dentro de nós mesmos...Talvez seja isso, também, Raul, acordamos ligados no 220 e dormimos no 110, precisamos parar para refletir. Obrigada novamente meu amigo. Um grande beijo. Rozi.