Amanhã será o 7º domingo antecedente ao
domingo de Páscoa de 2013.
E o que isto significa?
Significa que uma de nossas mais importantes
manifestações culturais está de volta: O Carnaval!
De origem controversa, o certo é que no
Brasil o Carnaval começou a ser comemorado em virtude da influência portuguesa,
que estabeleceu o costume de brincar jogando água, bolinhas de cera perfumadas
e farinha de trigo, nas pessoas. Era o chamado “entrudo”.
Mas como a desigualdade social sempre tem que
ser externada, novos costumes mais elegantes foram introduzidos no Brasil,
copiados dos desfiles que aconteciam em Paris, onde pessoas fantasiadas e
mascaradas passavam em carruagens enfeitadas.
Era a oportunidade para a elite se exibir com
suas ricas fantasias, bem como demonstrar o seu afastamento em relação ao
passado lusitano, tendo em vista a recém independência conquistada. Assim, a
burguesia começou a se deslocar para os bailes em carruagens abertas, dando uma
roupagem mais “civilizada” em relação ao “entrudo”.
Aos pobres só restava continuar com o entrudo,
criando bailes em lugares menos elegantes. Mas o glamour do Carnaval dos ricos fez
o povo se afastar do entrudo, que terminou desaparecendo no início do século
20.
Enquanto os ricos brincavam nas diversas
sociedades carnavalescas criadas, os pobres brincavam em bailes “populares”,
como o da Praça Onze, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro.
Insatisfeitos pelo Carnaval feio dos pobres,
alguns carnavalescos do Estácio resolveram copiar os ricos, desfilando pelo
bairro. A primeira organização a desfilar foi a “Deixa Falar”, que se
transformou na primeira escola de samba do país.
Por que “escola de samba”? Esta expressão,
que se tornaria famosa internacionalmente, decorreu de uma brincadeira de
Ismael Silva, criador da “Deixa Falar”. Em frente ao local em que se reuniam
havia uma escola de normalistas. Então Ismael teria dito: se lá era uma escola
de professoras, ali onde estavam seria uma escola de samba.
Assim, todo ano era escolhido um tema que
definiria as fantasias e a música, e o Carnaval dos pobres foi ganhando a
simpatia do resto da sociedade, em especial de intelectuais e artistas.
O samba e as marchinhas foram caindo nas
graças do povo e transformaram a festa num grande sucesso na década de 1920.
Sentindo o apelo da festa, o então presidente
da República, Getúlio Vargas, gaúcho de São Borja, percebendo uma boa forma de
demonstrar interesse pelos pobres, reconheceu oficialmente o evento, aproximando-o
ainda mais da população, dando melhores condições de estrutura, possibilitando torná-lo
uma identidade nacional.
A partir de então, o Carnaval foi evoluindo
até se tornar neste evento mundialmente apreciado e que tem no desfile das
escolas de samba do Rio de Janeiro sua expressão máxima.
Como diriam meus amigos gaúchos: “mais uma
vez, a ação de um nativo do centro do universo foi determinante na história e
no caminho seguido pelo Brasil...”.
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