sexta-feira, 7 de setembro de 2012

INDEPENDÊNCIA, MITO E REALIDADE

1ª Questão: Qual frase foi dita às margens do Ipiranga por Dom Pedro I, em setembro de 1822?
a)    Ambulância,volte!
b)    Hoje estou com sorte!
c)    Independência ou Morte!
d)    Ai, que dor de barriga forte!
Apesar da resposta de letra “c” ter se tornado célebre, quem arriscou na letra “d” pode ter acertado. Conforme o jornalista/escritor/historiador Laurentino Gomes, em seu livro 1822, no momento do Grito do Ipiranga D. Pedro I estaria com problemas intestinais. E mais que isto: a frase “Independência ou Morte” não teria sido pronunciada naquele momento, mas sim foi parte integrante de um documento posterior, que formalizou o ato.
Mas, como não poderia deixar de acontecer, os defensores de uma história oficial limpa, bonita e heroica, trataram de “revisar o texto” que serviu e serve até hoje de base para nossos estudos.
Porém, se quisermos entender as nossas raízes e nossa cultura, não podemos nos ater apenas ao “glamour histórico oficial”. É preciso nos aproximar ao máximo da realidade.
A Independência brasileira, ao contrário de boa parte dos países do continente, não se deu através de batalhas heroicas e muito menos com a participação do povo. Ao contrário, foi proclamada pelo próprio príncipe do reino colonizador.
E por que alguém se colocaria contra seu próprio grupo? Normalmente isto ocorre quando interesses próprios estão em jogo. E foi justamente o que aconteceu.
A independência brasileira se deu principalmente pelas desavenças entre os portugueses, em especial pelo ressentimento causado pela fuga de D. João para o Brasil. Isto culminou com um radicalismo implementado pela Revolução Liberal do Porto, de 1820, e que praticamente não deixou alternativa que não a ruptura.
Curiosamente, raros eram os brasileiros favoráveis à separação entre os dois países, motivo pelo qual o historiador Sergio Buarque de Holanda define o nosso processo de Independência como sendo “uma guerra civil entre portugueses”.
Não obstante, o que tinha tudo para dar errado, acabou por ser um sucesso. A conjuntura da época, caracterizada pela enorme ameaça de uma rebelião escrava, uniu a elite e quase todos os grupos no apoio ao imperador, viabilizando a separação.
Apesar destas ações terem se originado da defesa de interesses próprios, não restam dúvidas que foram uma das primeiras demonstrações de nossa capacidade de vencer obstáculos.
Devemos comemorar sim, nossa independência! Independentemente de mitos criados e da forma que foi alcançada, foi o primeiro passo para a criação de uma nação soberana, composta por um povo, este sim, heroico, batalhador, alegre, hospitaleiro e feliz, e que continua transpondo obstáculos diariamente, na edificação do país de nossos sonhos.
Oxalá consigamos nos tornar independentes também dos “anões”, dos “mensalões”, dos “cachoeiras”, e de todas as classes de corruptos que dificultam a pavimentação de um futuro mais profícuo para nossa amada nação.

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário