1ª Questão: Qual frase foi dita às margens do
Ipiranga por Dom Pedro I, em setembro de 1822?
a)
Ambulância,volte!
b)
Hoje estou com sorte!
c)
Independência ou Morte!
d)
Ai, que dor de barriga forte!
Apesar da resposta de letra “c” ter se
tornado célebre, quem arriscou na letra “d” pode ter acertado. Conforme o
jornalista/escritor/historiador Laurentino Gomes, em seu livro 1822, no momento
do Grito do Ipiranga D. Pedro I estaria com problemas intestinais. E mais que
isto: a frase “Independência ou Morte” não teria sido pronunciada naquele
momento, mas sim foi parte integrante de um documento posterior, que formalizou
o ato.
Mas, como não poderia deixar de acontecer, os
defensores de uma história oficial limpa, bonita e heroica, trataram de “revisar
o texto” que serviu e serve até hoje de base para nossos estudos.
Porém, se quisermos entender as nossas raízes
e nossa cultura, não podemos nos ater apenas ao “glamour histórico oficial”. É
preciso nos aproximar ao máximo da realidade.
A Independência brasileira, ao contrário de
boa parte dos países do continente, não se deu através de batalhas heroicas e
muito menos com a participação do povo. Ao contrário, foi proclamada pelo
próprio príncipe do reino colonizador.
E por que alguém se colocaria contra seu
próprio grupo? Normalmente isto ocorre quando interesses próprios estão em jogo.
E foi justamente o que aconteceu.
A independência brasileira se deu
principalmente pelas desavenças entre os portugueses, em especial pelo
ressentimento causado pela fuga de D. João para o Brasil. Isto culminou com um
radicalismo implementado pela Revolução Liberal do Porto, de 1820, e que praticamente
não deixou alternativa que não a ruptura.
Curiosamente, raros eram os brasileiros
favoráveis à separação entre os dois países, motivo pelo qual o historiador
Sergio Buarque de Holanda define o nosso processo de Independência como sendo “uma
guerra civil entre portugueses”.
Não obstante, o que tinha tudo para dar
errado, acabou por ser um sucesso. A conjuntura da época, caracterizada pela
enorme ameaça de uma rebelião escrava, uniu a elite e quase todos os grupos no
apoio ao imperador, viabilizando a separação.
Apesar destas ações terem se originado da
defesa de interesses próprios, não restam dúvidas que foram uma das primeiras
demonstrações de nossa capacidade de vencer obstáculos.
Devemos comemorar sim, nossa independência!
Independentemente de mitos criados e da forma que foi alcançada, foi o primeiro
passo para a criação de uma nação soberana, composta por um povo, este sim,
heroico, batalhador, alegre, hospitaleiro e feliz, e que continua transpondo
obstáculos diariamente, na edificação do país de nossos sonhos.
Oxalá consigamos nos tornar independentes
também dos “anões”, dos “mensalões”, dos “cachoeiras”, e de todas as classes de
corruptos que dificultam a pavimentação de um futuro mais profícuo para nossa
amada nação.
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