Deduzir é chegar a novas verdades a partir de
verdades conhecidas: “Todo ser humano pensa. Eu sou um ser humano, logo, penso”.
Apesar da dedução ainda ser um dos métodos
mais usados para buscarmos a verdade, evidentemente não é totalmente confiável.
Mas ainda assim a grande maioria das pessoas continua a dar caráter de verdades
absolutas às suas próprias deduções.
E dá-lhe injustiças...!
É preciso entender que, mesmo sendo
verdadeiros os fatos e afirmações iniciais, o nosso raciocínio pode não ser válido,
podendo gerar entendimentos equivocados.
“Humanos são mamíferos. Dedé é mamífero.
Logo, Dedé é um humano”. Mas, mesmo sendo as primeiras afirmações verdadeiras, Dedé
pode ser apenas o cachorro da casa, que também é mamífero.
Isto acontece até na matemática, a rainha das
ciências exatas. Pode-se provar, por dedução, que 1 é igual a 2 (1=2). Senão
vejamos (peço desculpas à maioria que detesta esta matéria, mas se tiverem
alguma dificuldade, sempre tem por perto um engenheiro ou outro profissional
representante desta classe de malucos que, além de gostarem de matemática,
adoram explicar estas coisas, dizendo que é muito fácil...):
Seja a = b. Então:
a² = ab.
a² + a² = a² + ab
2a² = a² + ab
2a² - 2ab = a² + ab – 2ab
2a² - 2ab = a² – ab
Que pode ser escrito assim:
2(a² - ab) = 1(a² – ab)
Dividindo ambos os lados por (a² – ab), temos
que: 2 = 1.
Apesar das afirmações iniciais serem
verdadeiras, é evidente que a conclusão não é. Se isto acontece numa ciência
exata, imaginem em relação às deduções sobre fatos do dia-a-dia, carregadas da
subjetividade própria do ser humano, decorrentes de suas percepções.
É preciso cuidar para que nossas deduções não
se transformem em mais um instrumento gerador de ingratidões e injustiças.
Deduzo que me fiz entender...
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