sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O PASSADO DO FUTURO


O passado, por ser passado, não deve passar continuamente em nossas mentes.
O futuro, por ser futuro, deve ser tratado com mais ênfase, futuramente.
Não quero ser profeta do que passou!
Não quero ser historiador do que ainda não veio!
O que passou não demanda mais esforços, porquanto imutável.
O que não veio não demanda excessiva preocupação, porquanto não delimitado.
Não quero olhar por olhos envelhecidos!
Tampouco quero olhar por lentes que perscrutam o indefinido!
Quero apenas a riqueza dos ensinamentos de ontem, para viver condignamente hoje.
E que a esperança de um amanhã melhor embale o presente, num berço de felicidade.
Felicidade que não reside nas conquistas passadas, nem nos projetos futuros.
Mas reside, sim, no que nos motiva hoje!
E tem que ser agora, pois o hoje teima em ser o passado do futuro!

domingo, 19 de agosto de 2012

PRECONCEITO E FALTA DE CONHECIMENTO

Diálogo em um bar de Porto Alegre:

- Boa noite! Tudo bem?
- Tudo...
- Você poderia me dar mais detalhes sobre este item do cardápio?
- Tu não é (sic) daqui, né?
- Não sou não. Eu sou goiano, por quê?
- Percebi pelo teu sotaque diferente.
- Eu não tenho sotaque diferente.
- Bah! Tu fala (sic) muito diferente dos gaúchos.
- Então quem tem sotaque diferente são vocês, ora bolas!

Esta conversa, verídica, espelha bem a tendência que as pessoas têm em supervalorizar os seus costumes. Até aí, tudo bem. Bastante louvável a disseminação e o respeito à nossa cultura e a nossas tradições. O problema aparece quando nos deixamos levar pelo preconceito.
Está na Wikipedia, a enciclopédia livre da internet:
“Preconceito (prefixo pré- e conceito) é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude discriminatória perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente”.
Gostar de algo, de alguém, de uma cultura, de um estilo, ou de qualquer outra coisa, é uma prerrogativa individual que pode e deve ser exercida sem nenhuma pressão. Mas isto não nos dá o direito de criticar gratuitamente e sem conhecimento, outras culturas e outros estilos.
Todo grupo social tem características próprias e o conhecimento destas características por pessoas de outros grupos é extremamente positivo. Todavia, e não raro, conhecimentos superficiais acabam levando a atitudes discriminatórias.
Um exemplo bem brasileiro: apesar do estrondoso sucesso da música sertaneja, em todos os níveis sociais, ainda assim constatamos um preconceito enorme por parte de uma parcela que se autointitula culta.
É evidente que, como qualquer outro genero musical, também constatamos muito “lixo” neste segmento. Porém, existem trabalhos dignos de elogios e que são consagrados numa verdadeira celebração popular, fato que, sem dúvida nenhuma, não é para qualquer um.
Se procurarmos conhecer mais a fundo as origens deste estilo musical, talvez ficaria mais fácil entender e, como consequência, deixar de lado o preconceito.
Originária da “roça”, a música caipira tinha como tema a vida no campo e, devido à limitação de recursos, utilizava instrumentos artezanais. Assim, tudo que era feito era simples e tinha como foco o público rural do Brasil.
Daí decorriam as melodias simples e as letras voltadas aos sentimentos básicos do ser humano.
Criticar isto seria o mesmo que criticar nossos avós por não terem utilizado as facilidades da internet.
Se hoje temos inúmeras facilidades, devemos boa parte disto às pessoas simples, do campo, que contribuiram e continuam contribuindo para o desenvolvimento do país e das pessoas.
E, como tudo na vida, as transformações são inevitáveis. Para atender a um público cada vez mais urbanizado, a música caipira foi se transformando na atual música sertaneja, tornando-se mais dançante e adotando temas mais urbanos, mantendo porém a simplicidade como característica básica.
Talvez isto explique o sucesso deste estilo junto às camadas menos favorecidas da população. Mas, e o sucesso nas outras classes, apesar do preconceito? Entendo que, além da simplicidade, os temas englobam sentimentos comuns a todos, independente da classe social.
E todos nós estamos sujeitos a amar, sofrer, ser feliz, ou experimentar qualquer outro sentimento.
Gostar é um estilo ( e estilo é personalidade).
Não gostar é um direito.
Valorizar a qualidade é sempre recomendável.
Discriminar preconceituosamente, é falta de conhecimento.




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PESSOAS ESPECIAIS


Em que momento e por que decidimos simpatizar com alguém?
O que acende este sentimento? Um conjunto de afinidades? Qualidades que valorizamos?
É gratificante conviver com uma pessoa generosa, bondosa, carinhosa e compreensiva.
E se, além disto, for criativa e entusiasta?  Que goste de aventuras e que faz dos riscos mais um fator de motivação.
São pessoas assim, fortes, valentes, independentes, conscientes de sua capacidade, que facilmente ganham nossa admiração, pois sabem onde querem chegar e crescem ante os obstáculos.
Estas pessoas nos elevam e nos fazem sentir bem, sempre nos estimulando, propiciando coisas novas e novas emoções
Mas, apesar de não ter dúvidas que tudo isto ajuda, também tenho a certeza de que não basta. Na vida cotidiana, não raro nos deparamos com pessoas assim, porém que passam sem despertar um sentimento diferenciado.
Então onde está a diferença?
Acredito que a percepção das qualidades necessita de um complemento intangível: o sentir.
Existem pessoas que nos fazem bem estando próximas ou distantes. Parece que têm o dom de emanar fluidos positivos, transmitindo alegria, paz e tranquilidade.
Estas são diferenciadas e despertam sentimentos bons.
À amiga Rozicler, do TJRS , síntese de tudo isto que abordei, e que hoje está de aniversário, desejo muitas felicidades e que continue sendo exemplo de vida e de convivência.

domingo, 12 de agosto de 2012

LIDERANÇA MORAL INSUBSTITUÍVEL

Ninguém nasce sabendo.
Desde o momento em que nascemos até o final da vida, recebemos uma infinidade de informações que são processadas e que se transformam na base que define nossa personalidade e nossas atitudes. Usando um linguajar atual, é como se estivéssemos sempre fazendo downloads.
Todavia, assim como ocorre nos downloads que fazemos, estas informações podem ter conteúdos bons e ruins, gerando atitudes boas e ruins.
É imprescindível então que possamos aprender desde cedo o que é certo e o que é errado. Até que alcancemos a maturidade, é preciso que alguém nos mostre a direção mais correta. Precisamos mirar no exemplo.
Pai! Liderança moral insubstituível.

Mais do que um amigo, um exemplo vivo de caráter, balizador do nosso desenvolvimento, de nossas escolhas e de nossas iniciativas.
Santinho, Pai e amigo. Exemplo de dedicação e amor! Prova insofismável de que é possível viver sob uma conduta pautada na coerência entre o que se fala e o que se faz. Mais do que três faculdades, teu exemplo de comportamento é que me ensinou os princípios necessários para viver com dignidade.
Obrigado por tudo!

Te amo!

Parabéns a todos os Pais! Nós sabemos o quanto é bom ser Pai. Mas melhor ainda é ser um bom Pai. Continuo tentando.

domingo, 5 de agosto de 2012

NÃO SEI POR QUÊ. SÓ SEI QUE É ASSIM.

Deduzir é chegar a novas verdades a partir de verdades conhecidas: “Todo ser humano pensa. Eu sou um ser humano, logo, penso”.
Apesar da dedução ainda ser um dos métodos mais usados para buscarmos a verdade, evidentemente não é totalmente confiável. Mas ainda assim a grande maioria das pessoas continua a dar caráter de verdades absolutas às suas próprias deduções.
E dá-lhe injustiças...!
É preciso entender que, mesmo sendo verdadeiros os fatos e afirmações iniciais, o nosso raciocínio pode não ser válido, podendo gerar entendimentos equivocados.
“Humanos são mamíferos. Dedé é mamífero. Logo, Dedé é um humano”. Mas, mesmo sendo as primeiras afirmações verdadeiras, Dedé pode ser apenas o cachorro da casa, que também é mamífero.
Isto acontece até na matemática, a rainha das ciências exatas. Pode-se provar, por dedução, que 1 é igual a 2 (1=2). Senão vejamos (peço desculpas à maioria que detesta esta matéria, mas se tiverem alguma dificuldade, sempre tem por perto um engenheiro ou outro profissional representante desta classe de malucos que, além de gostarem de matemática, adoram explicar estas coisas, dizendo que é muito fácil...):
Seja a = b. Então:
a² = ab.
a² + a² = a² + ab
2a² = a² + ab
2a² - 2ab = a² + ab – 2ab
2a² - 2ab = a² – ab
Que pode ser escrito assim:
2(a² - ab) = 1(a²  – ab)
Dividindo ambos os lados por (a² – ab), temos que: 2 = 1.
Apesar das afirmações iniciais serem verdadeiras, é evidente que a conclusão não é. Se isto acontece numa ciência exata, imaginem em relação às deduções sobre fatos do dia-a-dia, carregadas da subjetividade própria do ser humano, decorrentes de suas percepções.
É preciso cuidar para que nossas deduções não se transformem em mais um instrumento gerador de ingratidões e injustiças.
Deduzo que me fiz entender...