domingo, 16 de outubro de 2011

A RACIONALIDADE QUE ACREDITAMOS TER

Uma das primeiras coisas que aprendemos na escola é que o Homem se diferencia dos outros animais por ser racional, ou seja, por ter a faculdade de raciocinar, de compreender, de estabelecer relações lógicas, avaliar, julgar e, portanto, poder agir pelo bom senso.
Mas será mesmo que somos sempre racionais? O nosso comportamento, em nossa rotina diária, confirma esta definição? O que aconteceu e acontece no mundo é fruto da racionalidade humana?
Se analisarmos nossos próprios comportamentos veremos que em muitas ocasiões, mesmo sabendo qual a decisão “mais correta”, escolhemos outra. Quem já não quebrou uma dieta? Quem já não gastou mais do que devia? Quem já não dirigiu depois de beber (só um pouquinho...)?
O fato é que na maioria das vezes definimos nossos caminhos baseados no que entendemos como certo, mas, não raro, nos desviamos deles, muitas vezes trilhando caminhos muito mais arriscados.
Isto mostra que nem sempre agimos obedecendo à racionalidade que acreditamos ter. E isto nos remete a uma inquietante pergunta: somos previsivelmente irracionais?
Na verdade existe uma diferença enorme entre o comportamento real e aquele que deveríamos ter se fôssemos totalmente racionais.
Pior: muitas vezes a racionalidade é utilizada para alcançar objetivos não éticos e até desumanos, como acontece nos casos em que é instrumento de enganação, dominação e destruição.
Como afirmar que o ser humano é racional (na acepção da palavra), se convivemos diariamente com o mal e a injustiça?
E como inserir neste contexto as paixões, o ódio, o ressentimento, enfim, todos os sentimentos que têm a capacidade de nos deixar totalmente irracionais?
Não restam dúvidas que a racionalidade humana é responsável pelo desenvolvimento científico, social, tecnológico e ético. Mas também é instrumento de poder, riqueza e dominação.
Por isto é importante diferenciarmos a racionalidade fundada em princípios éticos daquela utilizada para fins torpes.
E nunca podemos nos esquecer que a própria natureza humana, envolta em subjetividades e sentimentos, tende a equilibrar este jogo, com uma pitada de irracionalidade.
E saber lidar com nossa própria irracionalidade é imprescindível para nos aperfeiçoarmos como seres humanos que somos, dominados pelos nossos ideais e sonhos.
Só não me atrevo a abordar, neste momento, a diferença entre a racionalidade da mulher e do homem...

Depois, Deus disse: «Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre todos os animais domésticos e os répteis que rastejam na Terra».
Bíblia, Génesis.

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