quarta-feira, 7 de setembro de 2011

HIPÓCRATES, KANT, FREUD E...GABRIELA!

Diretamente da série “descubra o seu”, começo este post perguntando: qual o seu temperamento?
Você é do tipo sanguíneo, colérico, melancólico ou fleumático? Ou “acumula funções”?
É meus amigos, esta tipologia ainda é uma das mais utilizadas no estudo do temperamento humano. E sabem desde quando isto surgiu? Há mais de 2400 anos!
Lá pelos idos de 400 AC, Hipócrates, o chamado “Pai da Medicina”, provavelmente aborrecido, num domingo chuvoso e, mais provavelmente ainda, assistindo um Corinthians x Internacional, resolveu se preocupar com os chamados problemas psiquiátricos. Em decorrência disto, foi o primeiro a reconhecer as diferenças de temperamento das pessoas e a apresentar uma teoria explicando tais diferenças.
Aquele era um momento em que o mundo já constatava os desvios de comportamento, porém atribuía estes desvios à intervenção dos deuses (ou seria do Diabo?), motivo pelo qual, ninguém se aprofundava no assunto. Coube a Hipócrates, opondo-se ao sobrenatural, desenvolver empiricamente uma nova abordagem.
Como resultado, distinguiu os quatro temperamentos citados acima. De acordo com Hipócrates, o temperamento da pessoa dependia dos 'humores' do seu corpo: sangue, bílis preta, bílis amarela e fleuma. Baseado nisto desenvolveu sua teoria explicando as diferenças. Esta teoria era bioquímica em sua essência, e embora a substância da mesma tenha desaparecido, permanece ainda conosco a sua forma.
É o que sempre digo: apesar do enorme avanço tecnológico, continuamos na era Antes de Cristo, no que diz respeito à mente humana.
Já no final do século 18, Emmanuel Kant, filósofo alemão, contribuiu fortemente com a divulgação da idéia dos quatro temperamentos na Europa, descrevendo-os assim:
 "A pessoa sangüínea é alegre e esperançosa; atribui grande importância àquilo que está fazendo no momento, mas logo em seguida pode esquecê-lo. Ela tem intenção de cumprir suas promessas, mas não as cumpre por nunca tê-las levado suficientemente a sério a ponto de pretender vir a ser um auxílio para os outros. O sangüíneo é um mau devedor e pede constantemente mais prazo para pagar. É muito sociável, brincalhão, contenta-se facilmente, não leva as coisas muito a sério, e vive rodeado de amigos. O sangüíneo, embora não sendo propriamente mau, tem dificuldade em deixar de cometer seus pecados.. Ele se cansa e se entedia facilmente com o trabalho, carrega consigo a instabilidade, e o seu forte não é a persistência”.
"As pessoas melancólicas descobrem em tudo uma razão para a ansiedade e em qualquer situação notam primeiro as dificuldades.
Não fazem promessas com facilidade, porque insistem em cumprir a palavra, e pesa-lhes considerar se será ou não possível cumpri-la. Agem assim, não devido a considerações de ordem moral, mas ao fato de que o inter-relacionamento com os outros preocupa sobremaneira o melancólico, tornando-o cauteloso e desconfiado”.
"O colérico tem a cabeça quente, fica agitado com facilidade, mas se acalma logo que o adversário se dá por vencido. Ele se aborrece, mas seu ódio não é eterno. Sua reação é rápida, mas não persistente. Mantém-se sempre ocupado, embora o faça a contragosto, justamente porque não é perseverante; prefere dar ordens, mas aborrece-o o ter de cumpri-las. Gosta de ver reco­nhecido o seu trabalho e adora ser louvado publicamente. Dá muito valor às aparências, à pompa e à formalidade; é orgulhoso e cheio de amor-próprio. É avarento, polido e cerimonioso; o maior golpe que pode sofrer é uma recusa a obedecerem suas determinações. Enfim, o temperamento colérico é o mais infeliz por ser o que mais provavelmente atrairá oposição”.
"Fleuma significa falta de emoção e não preguiça; implica uma tendência a não se emocionar com facilidade nem se mover com rapidez, e sim com moderação e persistência. A pessoa fleumática se aquece vagarosamente, mas retém por mais tempo o calor humano. Age por princípio, não por instinto; seu temperamento feliz pode suprir o que lhe falta em sagacidade e sabedoria. Ela é criteriosa no trato com outras pessoas e geralmente consegue o que quer, per­sistindo em seus objetivos, enquanto, aparentemente, está cedendo aos outros."

E aí? Identificou-se com qual?
Tem nada não...!! O importante é que a saúde vai bem.
E sempre tem a válvula de escape deixada por Freud: o meio ambiente que determina o comportamento do indivíduo. A culpa não é sua, mas do meio que vive. Liberou, geral...!!!
Só não podemos nos deixar levar pela “Síndrome de Gabriela”:
 “ . . . eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim , vou ser sempre assim!”
Tudo na vida pode ser melhorado! Ou não?

Um comentário:

  1. Raul

    Tudo bem...tive de ler algumas vezes para entender o seu post...e só não concordo com uma coisa, porque Lá pelos idos de 400 AC, Hipócrates, o chamado “Pai da Medicina”,não estava assistindo Botafogo X Gremio?????por exemplo...

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