domingo, 7 de abril de 2019

SINCERIDADE E VERDADE


Não sei a autoria mas, há algum tempo li uma pequena estória, que reproduzo:
“Pediram para três cegos descreverem um elefante, até então desconhecido por eles. Após tocarem no animal, o primeiro deles disse ser parecido com uma mangueira, O segundo afirmou ser como um cabo de vassoura e o último o descreveu como similar a um grande tronco.”
O início deste texto, com esta metáfora, é só para reforçar que, apesar de todo o conhecimento que possamos adquirir, nunca conseguiremos expressar totalmente a realidade, na medida em que nossa compreensão está limitada por uma perspectiva pessoal.
É aquele velho ditado: “A verdade sempre tem três faces. A minha, a sua, e a verdade mesmo.”
Mas por quê, então, existem tantos donos da verdade? Simplesmente porque a insegurança de alguns quanto às suas verdades, acaba por gerar arrogância, prepotência e, o pior, a intolerância.
Estamos vivendo num mundo em que o “estar certo” tem mais importância que o “sentir bem”. Isto acaba por nos distanciar da essência das questões mais importantes da vida.
Descobrir as nossas verdades mais importantes passa por uma maior valorização do que sentimos, e menos preocupação em relação ao que pensamos sobre as coisas.
De que adianta uma enorme quantidade de informações, se não conseguirmos relacionamentos a contento? Não tenho dúvidas que a convivência sadia com “outras verdades” é a base para o nosso crescimento, e, consequentemente, para a prática das virtudes.
Menos que agir com conhecimento, precisamos agir com sabedoria. Podemos estar convictos de nossas verdades, mas é a sabedoria que nos fará considerar os resultados de nossos atos, que muitas vezes são devastadores.
Nossos julgamentos são filtrados por nossas perspectivas individuais, e podem não corresponder à realidade. Portanto, precisamos ser convictos de nossas verdades, porém, flexíveis o bastante para mudarmos quando necessário.
Sinceridade nem sempre é a verdade.

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