domingo, 13 de janeiro de 2019

LIBERDADE SEM MUROS

Diariamente somos bombardeados com informações que, pelo absurdo que representam, mais parecem mentiras. Mas não são! Ou são? Sei lá...Tem hora que eu acho que eu penso que, não sei não!
Como acreditar que um dos países mais desenvolvidos do mundo, que exorta como lema a liberdade e se coloca na defesa intransigente da democracia, está, neste momento, discutindo a construção de um muro na fronteira com um país mais pobre, na intenção de garantir a continuidade da desigualdade exploradora?
Ah! Isto só pode ser mais uma atração de hollywood: "Muro de Berlim II - O Retorno". Afinal, a América sempre respeitou os princípios básicos dos Direitos Humanos. Ou será que não?
Então volto a olhar para o meu mundinho tupiniquim. E, o que vejo?
Muros!
De todos os tipos: muros separando os condomínios de luxo daqueles que não tiveram a "competência" de conseguir morar ali, muros representados por brutamontes na qualidade de seguranças, muros representados por veículos blindados, dentre outros.
É! não somos tão diferentes assim.
Aí começo a tergiversar. Existe uma contradição entre duas das principais aspirações do ser humano: liberdade e segurança. Desejo de 11 entre 10 pessoas, a liberdade é uma das mais importantes aspirações de nosotros. Qualquer outro valor perde esta natureza, se não formos livres para usufruí-lo. Porém, o exercício da liberdade pressupõe segurança. Só que, paradoxalmente, quanto maior o nosso grau de segurança, menor parece ser o nosso grau de liberdade. O que se vê na vida moderna é uma desigualdade social tão grande que, gerando níveis elevados de criminalidade, acaba por exigir inúmeras ações visando "nossa segurança", dentre elas, a construção dos muros.
Daí para a intolerância, é só mais um passo. Tá ligado?
E, como consequência, olha a fraternidade escoando pelo ralo...!
Terreno fertilizado para o plantio e a colheita de preconceitos e discriminações,  dificultada fica a convivência pacífica com a diversidade e açoda-se o sofrimento de minorias.
Mas, como diz minha "filósofa contemporânea" preferida, Anne Bahia, "estamos vivendo em bolhas". Seria como se cada qual ocupasse a sua bolhinha e vivesse o seu mundinho? Me  parece até, que a maioria entende  ser mais seguro permanecermos dentro de nossas bolhas, para não nos expormos a riscos.
Mas, para compensar, temos o "bolhão" das redes sociais, aproximando-nos, sem exigir mudanças pessoais reais, já que nos relacionamentos virtuais você pode ser qualquer coisa, sem ser realmente.
Em síntese: sozinhos, porém em segurança.
Todavia, a vida pode e deve ser muito mais que isto, e grita por atitudes positivas e sadias de convivência e, por que não, por crescimento das pessoas, sem nos deixar levar pela tentação de nos escondermos de nossas próprias limitações.
Continuemos gritando pela derrubada dos muros alheios. Mas a nossa liberdade somente poderá ser plena se derrubarmos também nossos murinhos.


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