domingo, 27 de janeiro de 2019

UM INFINITO MAIOR QUE OUTRO


Desde que me enfronhei nas ciências exatas, não raro me deparava com uma brincadeira que dizia: se entre zero e um existe uma quantidade infinita de números, então entre zero e dois existe um infinito maior. Apesar da falácia incutida em tal afirmação, sempre soava engraçada, em especial para os novos matemáticos ou engenheiros.
Acho que foi por isto que Chuck Norris já contou de um ao infinito, por diversas vezes.
Mas não é privilégio dos números propiciar a chance de podermos alcançar o infinito. O sentimento também pode ter este poder.
E há 33 anos, uma benção divina me brindou com um acontecimento que transformou minha vida para sempre, tornando-a plena e possibilitando que eu tivesse a grandiosa dádiva de experimentar o infinito.
No dia 27 de janeiro de 1986, nasceu Diogo, meu primeiro filho. Desde o anúncio da gestação, já havia brotado em mim um amor diferente e sublime, que enchia todo o meu coração. Com o nascimento, este amor transbordou para todo o corpo, alcançando quase que de imediato minha alma. Amor infinito!
O que isto significa? Difícil explicar. Mas sentimento não se explica, simplesmente se sente.
Então veio a minha filha Anne! Na expectativa de dividir o amor com os dois filhos, me surpreendi com a constatação que o amor infinito não se divide. Ele se soma ao outro.
Um infinito maior que o outro!
Envolvido na teia dos sentimentos que conduziu minha vida, continuo singrando em águas revoltas pelas emoções, nunca esquecendo que a gratidão é a mãe de todas as virtudes.
E, passadas mais de três décadas do meu renascimento pleno, juntou-se ao amor infinito, o imensurável orgulho daquele garotinho que, ouvindo o barulho de chaves, deixava tudo que estivesse fazendo e vinha gritando: “Ogo vai…!! Orgulho daquele garotinho que, sem que ninguém determinasse, assumia a responsabilidade pela irmã mais nova. Orgulho daquele garotinho disciplinado, que sempre afirmava que um dia iria conquistar o seu lugar nas maiores cidades do Brasil e posteriormente, do mundo. Orgulho daquele garotinho que cresceu e, com muita garra, persistência, determinação e competência, conquistou tudo o que sonhara, e hoje é um executivo de uma das empresas de maior sucesso no mundo, morando atualmente em Londres.
Parabéns, Diogo!
Saúde e sorte!
Felicidade sempre!
Amor infinito!

domingo, 13 de janeiro de 2019

LIBERDADE SEM MUROS

Diariamente somos bombardeados com informações que, pelo absurdo que representam, mais parecem mentiras. Mas não são! Ou são? Sei lá...Tem hora que eu acho que eu penso que, não sei não!
Como acreditar que um dos países mais desenvolvidos do mundo, que exorta como lema a liberdade e se coloca na defesa intransigente da democracia, está, neste momento, discutindo a construção de um muro na fronteira com um país mais pobre, na intenção de garantir a continuidade da desigualdade exploradora?
Ah! Isto só pode ser mais uma atração de hollywood: "Muro de Berlim II - O Retorno". Afinal, a América sempre respeitou os princípios básicos dos Direitos Humanos. Ou será que não?
Então volto a olhar para o meu mundinho tupiniquim. E, o que vejo?
Muros!
De todos os tipos: muros separando os condomínios de luxo daqueles que não tiveram a "competência" de conseguir morar ali, muros representados por brutamontes na qualidade de seguranças, muros representados por veículos blindados, dentre outros.
É! não somos tão diferentes assim.
Aí começo a tergiversar. Existe uma contradição entre duas das principais aspirações do ser humano: liberdade e segurança. Desejo de 11 entre 10 pessoas, a liberdade é uma das mais importantes aspirações de nosotros. Qualquer outro valor perde esta natureza, se não formos livres para usufruí-lo. Porém, o exercício da liberdade pressupõe segurança. Só que, paradoxalmente, quanto maior o nosso grau de segurança, menor parece ser o nosso grau de liberdade. O que se vê na vida moderna é uma desigualdade social tão grande que, gerando níveis elevados de criminalidade, acaba por exigir inúmeras ações visando "nossa segurança", dentre elas, a construção dos muros.
Daí para a intolerância, é só mais um passo. Tá ligado?
E, como consequência, olha a fraternidade escoando pelo ralo...!
Terreno fertilizado para o plantio e a colheita de preconceitos e discriminações,  dificultada fica a convivência pacífica com a diversidade e açoda-se o sofrimento de minorias.
Mas, como diz minha "filósofa contemporânea" preferida, Anne Bahia, "estamos vivendo em bolhas". Seria como se cada qual ocupasse a sua bolhinha e vivesse o seu mundinho? Me  parece até, que a maioria entende  ser mais seguro permanecermos dentro de nossas bolhas, para não nos expormos a riscos.
Mas, para compensar, temos o "bolhão" das redes sociais, aproximando-nos, sem exigir mudanças pessoais reais, já que nos relacionamentos virtuais você pode ser qualquer coisa, sem ser realmente.
Em síntese: sozinhos, porém em segurança.
Todavia, a vida pode e deve ser muito mais que isto, e grita por atitudes positivas e sadias de convivência e, por que não, por crescimento das pessoas, sem nos deixar levar pela tentação de nos escondermos de nossas próprias limitações.
Continuemos gritando pela derrubada dos muros alheios. Mas a nossa liberdade somente poderá ser plena se derrubarmos também nossos murinhos.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

SÍNDROME DE GABRIELA, CARPE DIEM E FELICIDADE



Uma das certezas que temos na vida é que mudanças ocorrerão. Mas é preciso entender que tais mudanças sempre propiciarão oportunidades para nossa evolução, permitindo o nosso crescimento pessoal e profissional, bem como melhorando os nossos relacionamentos.
A abertura para o novo, com o aperfeiçoamento de nossos conceitos, crenças e comportamentos, deveria ser algo natural para todos. Só que não.
Ainda é forte e marcante a constatação da Síndrome de Gabriela: “Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim...”. Boa parte das pessoas continua com dificuldades para enxergar que, aquilo que lhe parece autoestima e personalidade, pode significar a falta de autocrítica e autoconhecimento, fatores estes que prejudicam os relacionamentos e traz uma sobrecarga enorme e desnecessária para os ombros daqueles que assim comportam.
Não que a autoestima e a personalidade não sejam importantes, mas sim que a vida em sociedade exige o difícil conhecimento sobre a hora de ceder e a hora de se impor, garantindo assim o equilíbrio e a harmonia no relacionamento com as pessoas, sem perder a individualidade característica de nossa essência.
E todos podem mudar! Isto pode ser claramente comprovado, após situações traumáticas, como quando alguém tem a consciência de que sua vida será abreviada devido alguma doença grave e incurável. Este tipo de trauma normalmente gera reflexões induzindo as pessoas a reavaliar e mudar comportamentos, adotando outro estilo de vida, na maioria das vezes tendendo ao chamado “Carpe Diem”, ou seja, “Viva o Momento”.
Para as pessoas nesta situação, o que parecia ser fundamental para se viver feliz, tais como, dinheiro, mansões, joias, viagens, etc, passam a não significar nada para o futuro, motivo pelo qual, via de regra, mudam sua forma de viver e passam a defender que o melhor é aproveitar o agora.
Todavia, mesmo parecendo ser o ideal, para quem tem recursos para “viver o hoje”, entendo que tal estilo de vida não pode ser panaceia para o bem viver. A grande maioria de nós precisa sim de se preocupar com o futuro, para ter recursos que garantam um final de vida digno. Mesmo quem está desenganado, pode ter algum incapaz ou dependente sob sua responsabilidade, não devendo portanto gastar tempo e dinheiro aleatoriamente, sob o pretexto de viver o agora, pois deixará desassistido alguém que lhe é caro.
Como na maioria das situações em nossa vida, precisamos achar o ponto ótimo para as necessárias mudanças de atitude, balanceando bem o aprendizado do passado, a sabedoria para viver bem o presente, sem esquecer as necessidades futuras.
Ao atingirmos este nível, teremos encontrado a nossa melhor versão, e um caminho menos tortuoso para alcançar a felicidade. Pelo menos
 naquele momento.