sábado, 18 de janeiro de 2014

EX PAÍS DO FUTEBOL?

O futebol está de volta no "país do futebol"! Começam neste final de semana os campeonatos estaduais.
Mas ainda fazemos jus a este título? Afinal em qual quesito estamos na frente dos outros países?
Quantos craques na acepção da palavra são revelados anualmente no Brasil, nos dias de hoje? Nem sombra de tempos outrora.
O público presente nos estádios é bem menor do que se verifica em outros campeonatos estrangeiros.
A gestão de nossos clubes e dos órgãos que regulamentam a prática deste esporte aqui é de um amadorismo gritante! sem falar dos oportunistas e desonestos.
O endividamento cresce assustadoramente. Em relação às arbitragens, nem é bom comentar. 
Na verdade, estamos vivendo das glórias do passado, deitados nos cinco títulos mundiais e da participação em todas as copas anteriores.
Tem caráter de urgência, urgentíssima, a modernização deste que, mais que um esporte, é um grande patrimônio cultural.
O futebol hoje é um negócio e, como tal, deve se aperfeiçoar não só técnica e taticamente, mas também em áreas que anteriormente eram afeitas às indústrias, tais como gestão, marketing, estatística e finanças. Evidentemente o treinamento técnico e tático, bem como a preparação física, ainda têm papel preponderante, mas a qualidade e a sustentabilidade dos clubes passam pela implementação de atividades de pesquisa, de psicologia, de análise de desempenho, marketing esportivo, comportamento organizacional, planejamento financeiro, dentre outras.
E estamos longe do patamar exigido por esta nova conjuntura.
Mas me incomoda sobremaneira a forma como se estabeleceu e se disputa o campeonato brasileiro. Aí está, na minha opinião, um dos principais motivos da perda de nossa hegemonia.
Nunca fomos exemplo de gestão esportiva, porém sempre fomos um verdadeiro "celeiro" de craques. Porém, este celeiro está bem próximo do fim, pelo modelo estapafúrdio de campeonato copiado da Europa, onde a grande maioria dos países tem área geográfica menor do que a dos estados brasileiros e uma quantidade ínfima de clubes de futebol.
Seguindo esta filosofia inadequada para nossas características, foi estabelecido uma perniciosa prioridade ao campeonato brasileiro, em detrimento dos campeonatos estaduais. Assim, somente poucos "privilegiados" tem atividades para toda a temporada, relegando milhares de outros clubes a um cruel ostracismo, que os obrigam a fechar as portas por meses seguidos, pois suas atividades se limitam aos campeonatos estaduais, que foram desvalorizados e encurtados para pouco mais de três meses.
E o que isto traz de consequências? Simplesmente reduziu drasticamente a formação e a revelação de novos craques, na medida em que a maioria dos pequenos clubes, que formavam jogadores aos montes, agora montam times com os chamados "boleiros", para cumprirem tabela nos estaduais e paralisam suas atividades no resto do ano.
E dá-lhe empresário ganhando dinheiro junto aos combalidos clubes! Qualquer jogador meia-boca, custa os olhos da cara, sem falar nos salários irreais.
O mais curioso é que as grandes rivalidades continuam sendo observadas nos âmbitos estaduais. Qual rivalidade é mais acentuada? É a que se constata entre Palmeiras e Corinthians ou Palmeiras e Cruzeiro? É entre a dupla Grenal ou entre Internacional e Vasco?
Não tem nenhuma lógica priorizar um campeonato que exige deslocamentos quase que continentais, se se pode incentivar e valorizar os estaduais, e de quebra garantir atividades para o ano inteiro, para que os clubes voltem a revelar talentos.
É evidente que precisamos de um campeonato nacional, mas de forma racional. Por que não organiza-lo nos moldes de uma copa do mundo? Teríamos um estado-sede, onde durante um aceitável período de tempo se faria a disputa, com os estaduais servindo de classificação e indicação dos clubes.
O fato é que precisamos agir rapidamente no sentido de se buscar estabelecer uma política mais adequada e que garanta a recuperação, o desenvolvimento e a perenizacao no Brasil deste esporte que é sinônimo de paixão e de emoção para a grande maioria da população.



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