quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CEM ANOS DE SUPERAÇÕES



Em nossos sonhos de cidade ideal imaginamos como seria bom viver num lugar que propiciasse o progresso, mas mantivesse a tranquilidade, a hospitalidade e a preservação de sua cultura e tradição.
Talvez não possamos encontrar esta cidade ideal, mas certamente algumas têm características que as aproximam disto. E uma delas leva o nome de Caxias do Sul.
Nesta encantadora cidade da serra gaucha podemos encontrar uma rara combinação de progresso com a preservação da cultura.
Mesmo sendo hoje um dos principais polos industriais do país, permanece viva a cultura trazida pelos imigrantes italianos, que cruzaram o oceano em busca de uma nova vida. Esta combinação, aliada aos atrativos turísticos da região, faz de Caxias do Sul uma das mais atraentes cidades do Brasil.
Ao legado recebido dos imigrantes somou-se o legado tradicionalista gaúcho e a cultura brasileira. Assim, seria inevitável a paixão por um esporte: o futebol.
Neste contexto, Caxias do Sul  desenvolveu também um polo esportivo, se transformando na segunda maior força do Rio Grande do Sul, ficando atrás somente da capital que conta com o poderio da dupla Grenal.
E neste ano o símbolo de tradição e de sucesso no futebol caxiense completa 100 anos. A bela e centenária história do ESPORTE CLUBE JUVENTUDE se confunde com a da cidade, até porque as suas conquistas reforçaram em muito a divulgação de Caxias do Sul no âmbito nacional e até mesmo internacional.
E, assim como a cidade, também o Juventude nasceu da vontade dos imigrantes e de seus descendentes, crescendo e se solidificando com as demais pessoas que se radicaram na cidade. Daí a forte tradição, pois de geração em geração, foi se formando esta agremiação de enorme sucesso.
Do longínquo ano de 1913, data de sua fundação, até o presente ano, data do centenário, se formou uma história de superações que redundaram em memoráveis conquistas.
 Já no ano de 1926, o título de heptacampeão municipal não deixava dúvidas sobre a superioridade regional, que perduraria sempre. Desta forma, os limites regionais ficaram pequenos para a agremiação que acabou por integrar a elite do futebol gaucho e posteriormente do futebol brasileiro.
Campeão brasileiro da série B de 1994, campeão gaucho de 1998, campeão da Copa do Brasil de 1999, e mais de uma década na série A do campeonato brasileiro, o Juventude demonstra com estas conquistas que, mais do que ter uma história, está sempre fazendo história.
Parabéns a toda torcida e à diretoria do clube pelo centenário. Novas conquistas certamente virão.
Cumprimentos especiais ao Vice-Presidente Jones Biglia que me repassou parte desta história de sucesso e me presenteou com uma belíssima camiseta.  Sucesso!

“Nossas almas em festa saúdam
Esse clube de real tradição
Na mais sã alegria se escudam
Entoando esta marcha canção


Juventude, um passado de glórias
Teu nome querido tornou
És um clube de muitas vitórias
Que a cidade em orgulho deixou”

domingo, 11 de agosto de 2013

EXEMPLO DE DEDICAÇÃO



Nascido em 01 de novembro de 1925, Domingos Santos Silva, apelidado de Santinho, acabou por ser o único filho do casal Antonino Lúcio da Silva, o Seo Tonico,  e Eudóxia Rocha Silva, a Dona Docinha. Moradores da pequena cidade de Ipameri, interior de Goiás, logo mudaram para a recém-fundada cidade de Goiânia, nova capital do estado.
Estabelecidos no tradicionalíssimo bairro de Campinas, antigo município que se tornou o berço da nova capital, começava ali uma nova era para a família, em busca de novos horizontes, principalmente para o filho, extremamente responsável e dedicado aos estudos.
Em 1945, quando Goiânia ainda contava apenas com 30 mil habitantes, surgiu a primeira grande oportunidade para o jovem Santinho. No dia 12 de outubro daquele ano foi criada a Faculdade de Farmácia e Odontologia de Goiás, cuja autorização oficial de funcionamento somente saiu em 12 de dezembro de 1947.
Como era tradição na época, estas duas escolas de ensino superior nasceram juntas, tendo como primeiro endereço a Santa Casa de Misericórdia, na Avenida Tocantins, no Centro, cedido pela Conferência de São Vicente.
O primeiro vestibular ocorreu em janeiro de 1948, com a oferta de 30 vagas para cada habilitação. Os aprovados iniciaram as aulas em março desse mesmo ano.
A colação de grau da primeira turma foi realizada no dia 16 de dezembro de 1950, no Cine Teatro Goiânia, com 25 formandos, sendo 14 do curso de Farmácia e 11 de Odontologia, dentre eles e para júbilo da família e amigos, estava Domingos, o popular Santinho.
Exemplo de disciplina, dedicação e competência, iniciou uma carreira de sucesso, mas que, por uma destas peças do destino, foi impactada por uma inesperada perda parcial da visão, fato que o levou a encerrá-la prematuramente.
Com a persistência que lhe é peculiar, entrou para o serviço público, prestando serviços para a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás, onde galgou diversos postos de trabalho, sempre com destaque, em especial na estruturação e desenvolvimento da Polícia Técnica do estado, coordenando e se tornando um dos principais peritos criminalísticos de Goiás.
Agora, aposentado, se dedica cem por cento à família.
Casado desde 1954 com a Professora Raulice Gomes Bahia Silva, com quem teve os filhos Mara, Raul, Paulo e Nara, é o exemplo vivo que norteia nossas vidas, transmitindo os valores mais caros que um filho pode ter.
Seu amor, companheirismo, dedicação, comprometimento, ensinamentos, se estendem hoje a netos e bisnetos, que têm em sua luz um farol seguro para navegar vida à fora.
Parabéns, pai! Obrigado por tudo!
Te amo!

sábado, 10 de agosto de 2013

EU SOU NEURÓTICO

Devido à sobrecarga de trabalho, acabei por reduzir a periodicidade de minhas postagens. E, quem mais sentiu esta redução, fui eu mesmo.

É curioso como esta prática acabou por se tornar uma atividade prazerosa. Então, numa pesquisa  introspectiva, procurei entender a origem deste prazer.

Em primeiro lugar, a satisfação se dá pela oportunidade que temos de aumentar nosso autoconhecimento, pois, devido à falta de contestação imediata, típica de diálogos, há uma inevitável busca interna de argumentos e conhecimentos que possam sustentar a opinião externada, e/ou que deem qualidade ao texto.

Além disto, não existe momento mais apropriado para nos desnudarmos intelectualmente, externando nossas opiniões sem receios, repetindo, construindo ou desconstruindo conceitos. Os textos nos dão a oportunidade de expressarmos sentimentos, valores, ressaltar boas práticas e nobres atitudes, obrigando-nos a uma constante autoavaliação, pois, não raro, nos descobrimos agindo de maneira diversa.

Mas não basta ter prazer. É preciso também dar prazer. Isto quer dizer que o escritor precisa seduzir o leitor, de forma que ele sinta satisfação em ler. Como dizem os especialistas, a obra depois de pronta não pertence mais ao autor, mas sim ao leitor, que dá o sentido de sua percepção. Os olhos do leitor não são os do autor.

Para tanto, além de uma leitura agradável, dois aspectos contribuem para um maior interesse: a conformidade com o pensamento do leitor ou o desconforto que o faz reavaliar valores.

Transitar por estes terrenos parece ser coisa de maluco. Como atuar em conformidade com a cultura vigente e ao mesmo tempo induzir à reavaliação de valores culturais?

Difícil é, porém é muito prazeroso.

Não é a toa que o brilhante escritor francês Roland Barthes, em seu livro “O Prazer do Texto”, afirma que “todo texto é frígido, como é qualquer procura, antes que nela se forme o desejo, a neurose... mas este último recurso é o único que permite escrever”.

Para Barthes, todo escritor seria neurótico. Então, assim seja.

 

“Todo escritor dirá então: louco não posso, são não me digno, neurótico sou.”

                                                                                              Roland Barthes