Como tudo que é subjetivo, variados conceitos
descrevem este termo. Para alguns são aquelas mulheres lindas e poderosas que
lutam contra o “mal” nos filmes de cinema. Outros se contentam em admirar até
participantes de BBB. Mas as verdadeiras heroínas não são as fictícias deusas
do cinema ou da TV. As verdadeiras heroínas são mulheres que enfrentam e
suplantam os inúmeros obstáculos da dura realidade do dia-a-dia, com coragem
ilimitada e com sentimentos nobres e sublimes.
Eu tenho meu exemplo de uma verdadeira
heroína!
Nascida na pequena cidade de Anicuns,
interior de Goiás, num período de transição política no Estado, que acabara de
transferir sua capital para a recém-criada Goiânia, por uma daquelas “peças do
destino” não conheceu o pai, que faleceu pouco dias antes de seu nascimento. Assim,
criada pela mãe e com o inestimável apoio do avô, cresceu em meio às
inevitáveis dificuldades oriundas desta situação, porém convivendo com o
exemplo heróico de conduta da mãe que, viúva precocemente, foi à luta para não
deixar faltar nada para as três filhas.
Com todo este cenário de limitações, aliado aos
conceitos antiquados da época que consideravam a mulher inferior ao homem, inclusive
com recomendação para ser submissa, era de se esperar a formação de mais uma
dona de casa dependente do marido, com a única atribuição de dar à luz.
Mas não foi isto que aconteceu!
Desde guria não admitia a desigualdade
reinante entre homens e mulheres. Ela conseguia sim, executar “tarefas de
homem”!
E como
que querendo provar isto, pediu e teve o aval do avô para acompanhá-lo em
viagens a trabalho, que demoravam dias, no lombo de cavalos, passando por
estradas de condições precárias. Porém tais fatores não a impediam de ajudar e
trabalhar como podia.
Vislumbrando o potencial da filha, Dona
Natalina, sua mãe, resolveu enviá-la para estudar em Goiânia, no
tradicionalíssimo Colégio Internato Santa Clara. Apesar de ainda questionar os
valores vigentes e da reação do avô que tentava argumentar dizendo que a neta
dele não havia cometido nenhum crime para ficar presa em um internato, começava
ali a base da formação que lhe propiciou alcançar um grande sucesso
profissional.
No início da década de 70, já casada, com
quatro filhos e trabalhando fora para auxiliar no sustento da família, ainda
encontrou tempo e energia para realizar um dos seus maiores sonhos: entrar na
faculdade para se formar em um curso superior. Com bastante esforço e dedicação
se formou em Artes Plásticas, pelo Instituto de Artes da UFG, onde começou sua exitosa
carreira de professora universitária, culminando com sua indicação para ser
Diretora daquela tradicional Faculdade.
A dedicação, a responsabilidade e a
competência demonstradas desde as primeiras atividades profissionais como auxiliar
administrativa em repartições públicas, e posteriormente em todos os outros
cargos assumidos, faziam antever que o desafio de dirigir uma instituição de
enorme prestígio e tradição seria enfrentado com êxito.
E não deu outra coisa! Durante a sua gestão, além
da excelência administrativa, promoveu de forma sistemática a divulgação da
arte em Goiás, incentivando as manifestações culturais dos mais diversos gêneros,
propiciando uma maior disseminação do processo artístico goiano.
Neste período, o Estado de Goiás foi
agraciado com a realização de diversos seminários, concursos, festivais e
recitais, todos com enorme qualidade, com destaque para as apresentações das
Óperas Il Pagliacci e La Boheme.
Estes eventos relevantes mobilizaram profissionais
e professores da área, propiciando o aprimoramento profissional, bem como reforçando sobremaneira a importantíssima função social do Instituto.
Poderia ficar horas citando outros exemplos,
mas não há necessidade, principalmente para quem a conhece.
Raulice Gomes Bahia Silva. Esta é minha
heroína!
O teu exemplo de força, determinação,capacidade
e persistência serve de guia para nossa caminhada vida a fora. O teu amor,
carinho e dedicação nos dão o bálsamo necessário para seguirmos sempre em
frente, por maiores que sejam os obstáculos.
Obrigado por tudo, mãe! Gratidão infinita...!
Te amo muito!
Feliz dia das mães!
Lindo Raul, parabéns !! e para a dona Raulice, sua mãezinha, eu desejo tudo de bom, muitas felicidades, saúde total e muita paz !!!
ResponderExcluirAbraços . . .
Jean Paul Lopes
Obrigado, Jean Paul.
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