sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

SEM TEMPO PARA A TRISTEZA



Mais um ano terminando e mais um novo ano se aproxima. Muitas festas e um enorme desejo  de conseguir tudo o que não conseguimos no ano que chega ao fim. Neste período é comum escutarmos planos e mais planos para uma nova vida, como se carregassem com eles a certeza da execução.

Parece até que o dia primeiro de janeiro tem o poder de mudar os acontecimentos, os comportamentos e as atitudes. Mas o que muda efetivamente com a chegada do ano novo? A não ser a minha idade, já que é meu aniversário, não vejo nenhuma mudança efetiva em relação aos outros dias do ano, e que justifique tanta expectativa.  A não ser que...!

A NÃO SER QUE A MAGIA DO RECOMEÇO GERE A FORÇA NECESSÁRIA PARA MUDAR A NÓS MESMOS!

E o que a contagem do tempo em períodos definidos nos causa, com início e fim determinados, é a sensação de recomeço. E recomeço, é o momento ideal para aperfeiçoarmos nossa forma de viver, fato que depende muito mais de nós mesmos do que dos outros.

De que adianta recebermos votos de sucesso, sorte, paz, alegria e felicidade, se não fizermos por onde?  É como diz o ditado: fazer mais do mesmo só trará o mesmo resultado. Ou pior...

Por onde começar?

Para quem concorda que o bem supremo cobiçado pelo ser humano é a felicidade, então nada mais acertado do que despender todos os nossos esforços neste sentido.

Mas como alcançá-la?

Com o raciocínio cartesiano de um bom engenheiro, simplifico a equação: o resultado do nível de felicidade é a diferença entre as alegrias e as tristezas. Portanto ele será melhor na medida em que consigamos aumentar os momentos alegres e zerarmos os momentos tristes.

Porém, sabemos que fatos e acontecimentos tristes são inevitáveis. Então, por que não centrarmos nossa energia no sentido de aumentar os momentos alegres? E isto não é difícil. Por menos tempo que tenhamos, será que não podemos nos dar ao luxo de sair para passear e/ou almoçar com nossos pais, filhos ou amigos? Namorar a pessoa amada? Visitar alguma exposição artística? Começar um projeto novo no trabalho?. Podemos praticar nosso esporte preferido, mesmo que seja uma simples caminhada. Assistir um bom filme. Ver o por do sol, a beleza da natureza, enfim, usufruir do privilégio de estar vivo.

Se agirmos assim, certamente não teremos tempo. Porém, se bem administrado, não teremos tempo para a tristeza.

FELIZ ANO NOVO!

DESEJO A TODOS QUE, EM 2013, NÃO TENHAM TEMPO PARA A TRISTEZA!

sábado, 22 de dezembro de 2012

E O VERBO SE FEZ CARNE



A vida ensina!
Nada mais verdadeiro do que esta frase.
E um dos ensinamentos mais claros que rotineiramente nos deparamos é que aprendemos muito mais com os exemplos do que com os discursos.
Talvez servir de exemplo não seja a única forma de ensinar, mas, sem sombra de dúvidas, é a mais eficaz. A força do exemplo na definição de comportamentos é uma arma poderosíssima para os pais, os mestres, autoridades e qualquer pessoa que possa servir de modelo a outra.
E, como qualquer arma, se mal utilizada pode trazer mais prejuízos do que benefícios. Isto é facilmente percebido verificando as consequências do modelo “faça o que eu falo e não o que eu faço”.
Talvez a força do exemplo tenha sido o principal motivo da vinda de Jesus Cristo à Terra.
Não teria sido muito mais simples a criação de um “manual de instruções” sobre como ser e viver? Claro que sim. Mas qual a eficácia disto? Respondo de imediato: nenhuma!
E observem que isto até foi tentado. Quem não conhece a história da tábua dos dez mandamentos?
Tenho comigo a convicção de que Deus nos encaminhou seu filho na forma humana para que, através do exemplo, nos ensinasse o verdadeiro propósito da vida.
E por mais que haja interpretações divergentes sobre os evangelhos, algumas coisas são inquestionáveis: a necessidade de fazer o bem, amar ao próximo e praticar a caridade. E isto não ficou registrado apenas nas escrituras sagradas. O filho de Deus veio e colocou em prática, em condições que podemos até dizer: “contra tudo e contra todos”.
Foi suficiente? Claro que não. Porém o seu legado é riquíssimo para quem deseja seguir o que ele nos ensinou a ser.
E este é que deve ser o espírito de Natal. Nada contra a festa, os presentes e outras práticas comuns nesta época do ano. Cada um sabe o que faz. Todavia, não podemos deixar de fazer nossa reflexão e avaliarmos se estamos cumprindo o verdadeiro propósito da vida.
Neste famigerado mundo individualista e competitivo, o que vemos são as pessoas fazendo o que bem desejam, estabelecendo os seus próprios propósitos, quando deveriam dedicar-se a entender e praticar o propósito pelo qual Jesus Cristo veio nos visitar.
FELIZ NATAL!

“O Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória do unigênito do Pai” (João 1:14).

sábado, 15 de dezembro de 2012

A VARA FRANCESA, O CÚBITO E O CORÍNTHIANS



Apesar do elevado grau de rejeição por parte dos alunos, a matemática foi e continua sendo a base das maiores conquistas da humanidade.
E tudo começou com os números!
Hoje os números se mostram tão ligados ao nosso cotidiano, que se tornaram “paisagem”. Mas a invenção deles (ou seria “descoberta”?) foi fundamental para o desenvolvimento da humanidade.
Impossível imaginar o comércio, a ciência, o esporte e demais institutos desenvolvidos pelo homem, sem um sistema de numeração. Até as comemorações de datas festivas ficariam prejudicadas.
Porém a matemática só tem sentido se sair do estudo dos números por si só, colocando-se a serviço de outros objetivos. A isto chamamos de matemática aplicada. Os grandes avanços da humanidade se deram com a aplicação dos números aos problemas do mundo real.
Partindo das operações básicas – soma, subtração, multiplicação e divisão - o aprofundamento dos estudos numéricos descortinou propriedades quase que mágicas, gerando até crenças místicas.
No entanto, nem tudo pode ser contado. Como contar a quantidade de vinho dentro de um barril? Assim surgiu mais uma necessidade e outra aplicação da matemática: o trabalho com distâncias, áreas, volumes e tempo.
Surgiu então a gloriosa geometria, cujos primeiros passos foram no sentido de desenvolver as unidades de medidas.
E os primeiros sistemas de medidas, como não poderiam deixar de ser, foram baseados em dimensões do corpo humano ou objetos comuns do cotidiano.
O cúbito, por exemplo, era uma medida egípcia igual à distância do cotovelo à ponta dos dedos. A vara inglesa era a distância, com os braços abertos, do ombro direito até a ponta dos dedos da mão esquerda. Já a vara francesa ia do cotovelo direito à ponta dos dedos da mão esquerda.
Esta diversidade de conceitos não ajudava em nada, mostrando claramente a necessidade de uma uniformidade universal de pesos e medidas. E nada mais lógico e mais simples se o sistema métrico fosse baseado em múltiplos de dez.
Mas mesmo assim, algumas definições continuaram bizarras. Em 1793, o metro foi definido como 1/10.000.000 da distância do Polo ao Equador. Mas atualmente, corresponde à distância percorrida pela luz no vácuo em 1/299.792.458 de um segundo. Não vou nem me atrever a colocar a definição de “segundo”. Se alguém interessar, é só pedir que respondo em comentário anexo.
Mas independente das bizarrices definidoras, é a matemática que identifica as principais regras que governam nosso mundo. Com esta valiosa ferramenta se consegue um ordenamento mínimo para o aparente caos que é o universo.
E por falar em caos, não tem geometria que explique uma eventual conquista de título mundial pelo Corinthians, que amanhã enfrenta o Chelsea da Inglaterra. Se isto acontecer, acredito até que estaremos próximos de solucionar os três grandes problemas clássicos em geometria: quadrar o círculo, dividir um ângulo em três partes e dobrar o cubo.
Quem viver, verá!





sábado, 1 de dezembro de 2012

ONDE ESTIVER



 Aimportância e o destaque que o futebol alcançou no mundo são elementos mais do que suficientes para elevá-lo à categoria de fenômeno cultural global. E este fenômeno tem uma característica arrebatadora: a paixão quase transcendental dos torcedores pelo clube do coração, gerando verdadeiras “nações” que compartilham os mesmos valores.
E toda nação precisa de um território para poder exercer sua soberania. Este território, que se transforma na sagrada casa de seus torcedores, tem como símbolo máximo o seu estádio.
Assim como nossa história íntima é produzida a partir do cotidiano da vida doméstica, é no estádio que se produz a história íntima das grandes torcidas. Muito mais do que um lugar para se jogar futebol, um templo sagrado onde são vivenciadas e divididas (ou seria multiplicadas?) as emoções das decepções e das glórias alcançadas.
De simples campos de futebol, se transformam em palcos de espetáculos emocionantes e inesquecíveis e, por que não, de saudável convívio.
E neste próximo domingo, 02/12/12, um dos mais importantes palcos brasileiros sai de cena, fechando as cortinas de uma das mais belas histórias do esporte bretão, recheada  de feitos e glórias.
Chega ao fim a era do Estádio Olímpico Monumental do Gremio Foot-ball Porto Alegrense. Palco de algumas tristezas? Já esquecidas! E largamente suplantadas por momentos gloriosos e de enormes alegrias.
Em seus 58 anos de existência, o velho Olímpico presenciou duelos históricos e inesquecíveis, sendo na maioria das vezes fator decisivo para as principais conquistas de um dos clubes brasileiros mais vencedores, principalmente por propiciar a manifestação de uma das torcidas mais vibrantes do mundo.
A metade azul do Rio Grande vive um misto de alegria, pela inauguração da moderníssima Arena Tricolor, e de tristeza pela crescente nostalgia e um certo sentimento de perda de sua velha e querida casa.
Mas tudo deve se transformar em alegria. É preciso entender que acima das conquistas materiais estão os sonhos. E é imprescindível praticarmos o desapego quando vislumbramos uma condição mais adequada para alcançá-los.
Uma nova luz ilumina o caminho gremista. A nova Arena trará o que há de mais moderno para que o futebol volte a ser um programa de lazer da família, propiciando maior controle da violência e consequentemente maior segurança e conforto. Além disto, novas receitas propiciarão a desejada estabilidade financeira do clube.
Adeus, Olímpico! Bem vinda, Arena!
É como diz o hino tricolor: “com o Grêmio onde o Grêmio estiver”.