segunda-feira, 19 de setembro de 2011

DELÍRIOS DE UM CARTOLEIRO


Todos nós estamos acompanhando o chamado “apagão do conhecimento” que transformou em chavão a frase “falta mão de obra qualificada”. Assim, inúmeros recursos estão sendo utilizados para minorar os problemas que esta situação acarreta, e uma das práticas que vem ganhando força nos treinamentos são os chamados business games.
Nesta modalidade de treinamento, simuladores criam ambientes virtuais próximos da realidade e que permitem a implementação da aprendizagem adquirida, através de jogos eletrônicos, possibilitando o contato do participante com o conteúdo, de uma maneira prática.
Os projetos são desenvolvidos por profissionais de diferentes áreas, entre designers, programadores, artistas e produtores e os custos podem variar muito.
Mas dentro da filosofia do famoso “jeitinho brasileiro” e, claro, dentro de certas limitações, podemos fazer adaptações visando a utilização de método similar, sem gastos significativos.
Vou citar um exemplo de game disponível gratuitamente e que bem utilizado pode servir para discussões voltadas à gestão de uma empresa.
Trata-se do Fantasy Game Cartola FC, do SporTV.
Para quem não conhece, é um game em que você cria um time e recebe um “capital inicial” de cem cartoletas (moeda fictícia do jogo). Com este valor você precisa comprar os 11 jogadores e um técnico, que estejam inscritos no Brasileirão, conforme valor de mercado, previamente estabelecido.
Com seu time montado com atletas reais e que participam das rodadas do campeonato, será apurado ao final de cada rodada o resultado, através da avaliação do desempenho de cada jogador, conforme regras definidas de pontuação.
Isto implica dizer que, se os jogadores escolhidos tiverem bom desempenho na rodada, eles valorizam, caso contrário, perde valor.
Tudo depende da atuação dos jogadores nas rodadas do brasileirão.
Você administra e acompanha os resultados e sua pontuação.
Traçando um paralelismo com a gestão empresarial, podemos dizer que estamos tratando de conceitos conhecidos e imprescindíveis de gerenciamento, envolvendo controle orçamentário (o participante tem que implementar sua estratégia dentro da limitação de cartoletas que ele possui), indicadores gerenciais (a estratégia deve levar em conta  as regras estabelecidas que especificam os itens que definirão o resultado), avaliação de desempenho (análise da performance de cada atleta, considerando a pontuação obtida), controle de custos (os valores dos jogadores são variáveis e depende da cotação de mercado), e outros mais que poderíamos elencar.
Portanto, de maneira lúdica, divertida e de graça, é possível adaptarmos atividades para que possam contribuir para uma discussão produtiva sobre temas importantes de gestão.
Desde que bem exploradas, com criatividade e competência.
E bota criatividade nisto...!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

HIPÓCRATES, KANT, FREUD E...GABRIELA!

Diretamente da série “descubra o seu”, começo este post perguntando: qual o seu temperamento?
Você é do tipo sanguíneo, colérico, melancólico ou fleumático? Ou “acumula funções”?
É meus amigos, esta tipologia ainda é uma das mais utilizadas no estudo do temperamento humano. E sabem desde quando isto surgiu? Há mais de 2400 anos!
Lá pelos idos de 400 AC, Hipócrates, o chamado “Pai da Medicina”, provavelmente aborrecido, num domingo chuvoso e, mais provavelmente ainda, assistindo um Corinthians x Internacional, resolveu se preocupar com os chamados problemas psiquiátricos. Em decorrência disto, foi o primeiro a reconhecer as diferenças de temperamento das pessoas e a apresentar uma teoria explicando tais diferenças.
Aquele era um momento em que o mundo já constatava os desvios de comportamento, porém atribuía estes desvios à intervenção dos deuses (ou seria do Diabo?), motivo pelo qual, ninguém se aprofundava no assunto. Coube a Hipócrates, opondo-se ao sobrenatural, desenvolver empiricamente uma nova abordagem.
Como resultado, distinguiu os quatro temperamentos citados acima. De acordo com Hipócrates, o temperamento da pessoa dependia dos 'humores' do seu corpo: sangue, bílis preta, bílis amarela e fleuma. Baseado nisto desenvolveu sua teoria explicando as diferenças. Esta teoria era bioquímica em sua essência, e embora a substância da mesma tenha desaparecido, permanece ainda conosco a sua forma.
É o que sempre digo: apesar do enorme avanço tecnológico, continuamos na era Antes de Cristo, no que diz respeito à mente humana.
Já no final do século 18, Emmanuel Kant, filósofo alemão, contribuiu fortemente com a divulgação da idéia dos quatro temperamentos na Europa, descrevendo-os assim:
 "A pessoa sangüínea é alegre e esperançosa; atribui grande importância àquilo que está fazendo no momento, mas logo em seguida pode esquecê-lo. Ela tem intenção de cumprir suas promessas, mas não as cumpre por nunca tê-las levado suficientemente a sério a ponto de pretender vir a ser um auxílio para os outros. O sangüíneo é um mau devedor e pede constantemente mais prazo para pagar. É muito sociável, brincalhão, contenta-se facilmente, não leva as coisas muito a sério, e vive rodeado de amigos. O sangüíneo, embora não sendo propriamente mau, tem dificuldade em deixar de cometer seus pecados.. Ele se cansa e se entedia facilmente com o trabalho, carrega consigo a instabilidade, e o seu forte não é a persistência”.
"As pessoas melancólicas descobrem em tudo uma razão para a ansiedade e em qualquer situação notam primeiro as dificuldades.
Não fazem promessas com facilidade, porque insistem em cumprir a palavra, e pesa-lhes considerar se será ou não possível cumpri-la. Agem assim, não devido a considerações de ordem moral, mas ao fato de que o inter-relacionamento com os outros preocupa sobremaneira o melancólico, tornando-o cauteloso e desconfiado”.
"O colérico tem a cabeça quente, fica agitado com facilidade, mas se acalma logo que o adversário se dá por vencido. Ele se aborrece, mas seu ódio não é eterno. Sua reação é rápida, mas não persistente. Mantém-se sempre ocupado, embora o faça a contragosto, justamente porque não é perseverante; prefere dar ordens, mas aborrece-o o ter de cumpri-las. Gosta de ver reco­nhecido o seu trabalho e adora ser louvado publicamente. Dá muito valor às aparências, à pompa e à formalidade; é orgulhoso e cheio de amor-próprio. É avarento, polido e cerimonioso; o maior golpe que pode sofrer é uma recusa a obedecerem suas determinações. Enfim, o temperamento colérico é o mais infeliz por ser o que mais provavelmente atrairá oposição”.
"Fleuma significa falta de emoção e não preguiça; implica uma tendência a não se emocionar com facilidade nem se mover com rapidez, e sim com moderação e persistência. A pessoa fleumática se aquece vagarosamente, mas retém por mais tempo o calor humano. Age por princípio, não por instinto; seu temperamento feliz pode suprir o que lhe falta em sagacidade e sabedoria. Ela é criteriosa no trato com outras pessoas e geralmente consegue o que quer, per­sistindo em seus objetivos, enquanto, aparentemente, está cedendo aos outros."

E aí? Identificou-se com qual?
Tem nada não...!! O importante é que a saúde vai bem.
E sempre tem a válvula de escape deixada por Freud: o meio ambiente que determina o comportamento do indivíduo. A culpa não é sua, mas do meio que vive. Liberou, geral...!!!
Só não podemos nos deixar levar pela “Síndrome de Gabriela”:
 “ . . . eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim , vou ser sempre assim!”
Tudo na vida pode ser melhorado! Ou não?