quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

VERDUGO DE SI MESMO

Num mundo exageradamente consumista, estamos assistindo a um também exagerado crescimento da busca desenfreada por riqueza e pelo poder.
E na esteira disso tudo, crescem também o egoísmo e o individualismo, deslocando os relacionamentos e a amizade para um pragmático círculo de interesses, chamado networking.
Evidentemente, todos nós almejamos uma situação financeira que nos dê tranquilidade, mas o que estamos constatando é a supervalorização dos bens materiais em detrimento aos relacionamentos e ao crescimento espiritual.
Em poucas palavras: o bolso está falando mais alto que o coração.
Mas a busca de nosso bem maior, a felicidade, exige mais do que o dinheiro pode comprar. Exige atenção, carinho, bondade, ternura, generosidade, gratidão, enfim, exige amor. 
E a rotina massacrante em busca de ter, sem cuidados com o ser, está criando uma verdadeira geração de pessoas que vai perdendo pouco a pouco a alegria de viver, chegando até mesmo a morrer em vida, tanto é o medo e a ansiedade para se conseguir sucesso.
Não existe maior empecilho que nós mesmos, para alcançarmos a felicidade. E, na maioria das vezes, ela é decorrente mais da simplicidade do que da sofisticação. Precisamos ter a consciência que estamos no mundo não somente para viver, mas viver servindo ao próximo com amor. Para tanto precisamos resgatar  o prazer de praticar as virtudes, para não corrermos o risco de nos transformarmos em verdugos de nós mesmos.

P.S.: um agradecimento especial à minha nova amiga, a gaúcha Clarice, que me sugeriu a leitura do trecho da Bíblia, Mateus 6, 19-26, e que acabou sendo a fonte de inspiração deste artigo.

Um comentário:

  1. Um enorme prazer e privilégio te conhecer e ainda ter o meu texto bíblico favorito como inspiração para o teu artigo! Muito obrigada!

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