sábado, 20 de abril de 2013

PENSO, LOGO TENHO CORAÇÃO



- Você não vai entender nunca!
- Não vou mesmo! Para você até a existência de Deus tem que ter explicação racional.
- E não tem? Afinal somos seres pensantes, ora bolas!
- Mas a razão muitas vezes se torna impotente para explicar tudo. E o pior é que, em nome desta mesma razão, há quem negue a própria existência divina.
- O que você precisa entender é que devemos aceitar apenas o que é certo e incontestável. O conhecimento inseguro só trás controvérsias.
- E como ter a certeza de que algo é certo, se o ser humano tem dificuldade de se conhecer a si mesmo?
- Mas ele pode e deve buscar o conhecimento exato, pois mesmo que os sentidos corporais se enganem, sempre terá a capacidade de continuar pensando.
- Existe um complicador nesta história toda: a tendência egocêntrica do ser humano, e que no meu entender é a origem das injustiças. Se colocando como “centro de tudo” ele consegue perverter os mais nobres valores.
- Sim, mas tendo ideias claras e corretas, certamente terá um modo de proceder mais adequado e rigoroso.
- Aonde você quer chegar com esta sua filosofia?
- Só acho que não devemos acreditar em nada que não se possa provar a verdade. Assim nunca aceitaremos o falso por verdadeiro e chegaremos ao verdadeiro conhecimento de tudo.
- Isto é muito radicalismo! Não vê o caos em que se transformaria o mundo se passássemos a duvidar de tudo sob o pretexto de que não conseguimos provar a verdade?
- A questão não é duvidar de tudo, mas sim de ter a consciência que as coisas só podem ser apreendidas por meio do conhecimento.
- Entendo a importância do conhecimento para o desenvolvimento. Todavia, a verdade vai além de exercícios demonstrativos. É também uma questão de sentimento e de intuição.
- Insisto que a razão deve ser a única coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento.
- E eu insisto em dizer que a verdade pode ser conhecida não somente pela razão, mas também pelo coração.

PS: Este diálogo poderia ter ocorrido entre os Filósofos René Descartes e Blaise Pascal, criadores da Filosofia Cartesiana e da obra “Pensamentos”, respectivamente.

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