- Você
não vai entender nunca!
- Não
vou mesmo! Para você até a existência de Deus tem que ter explicação racional.
- E
não tem? Afinal somos seres pensantes, ora bolas!
- Mas
a razão muitas vezes se torna impotente para explicar tudo. E o pior é que, em
nome desta mesma razão, há quem negue a própria existência divina.
- O
que você precisa entender é que devemos aceitar apenas o que é certo e
incontestável. O conhecimento inseguro só trás controvérsias.
- E
como ter a certeza de que algo é certo, se o ser humano tem dificuldade de se
conhecer a si mesmo?
- Mas
ele pode e deve buscar o conhecimento exato, pois mesmo que os sentidos corporais
se enganem, sempre terá a capacidade de continuar pensando.
- Existe
um complicador nesta história toda: a tendência egocêntrica do ser humano, e
que no meu entender é a origem das injustiças. Se colocando como “centro de tudo”
ele consegue perverter os mais nobres valores.
- Sim,
mas tendo ideias claras e corretas, certamente terá um modo de proceder mais
adequado e rigoroso.
- Aonde
você quer chegar com esta sua filosofia?
- Só
acho que não devemos acreditar em nada que não se possa provar a verdade. Assim
nunca aceitaremos o falso por verdadeiro e chegaremos ao verdadeiro
conhecimento de tudo.
- Isto
é muito radicalismo! Não vê o caos em que se transformaria o mundo se
passássemos a duvidar de tudo sob o pretexto de que não conseguimos provar a
verdade?
- A questão não é duvidar de tudo, mas
sim de ter a consciência que as coisas só podem ser apreendidas por meio do
conhecimento.
- Entendo a importância do
conhecimento para o desenvolvimento. Todavia, a verdade vai além de exercícios
demonstrativos. É também uma questão de sentimento e de intuição.
- Insisto que a razão deve ser a única
coisa verdadeira da qual se deve partir para alcançar o conhecimento.
- E eu insisto em dizer que a verdade
pode ser conhecida não somente pela razão, mas também pelo coração.
PS: Este diálogo poderia ter ocorrido
entre os Filósofos René Descartes e Blaise Pascal, criadores da Filosofia
Cartesiana e da obra “Pensamentos”, respectivamente.
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