domingo, 30 de junho de 2019

ENTENDENDO A ENTENDER


Desde o início da vida humana, os homens buscam uma maior compreensão de si e do mundo. Para tanto utilizam aquilo que tem de diferencial em relação aos outros seres: a capacidade de entender as coisas, exercitando a sua habilidade para ampliar conhecimentos.

A grande questão, por demais discutida, é: Será que somos capazes de conhecer a verdade absoluta?
Não sei se um dia chegaremos lá, mas a resposta certamente passa pela nossa capacidade de ampliar as possibilidades do conhecimento humano, buscando  fontes adequadas, transformando os dados obtidos em informações, de modo a fundamentar o conhecimento obtido segundo regras da verdade.
Neste sentido, é imprescindível estabelecermos uma postura mais crítica.
Todavia,  o que vemos hoje é uma enorme e preocupante involução no que diz respeito ao processo de conhecimento.  Apesar de vivermos uma verdadeira revolução tecnológica, que amplia quase que infinitamente o acesso à informação, a impressão que se tem é a de que voltamos no tempo, redescobrindo e aplicando a doutrina dogmática que defendia nossa capacidade de atingir a verdade, sem levar em consideração as diferentes percepções  que cada um de nós desenvolvemos através de nossos sentidos e de nossa inteligência.
É impressionante como os
integrantes de grupos de redes sociais replicam, sem nenhum constrangimento,  inverdades, fake news e outras bobagens, sem nenhuma avaliação crítica, motivados apenas pela aderência às opiniões de cada um. E, opinião, não é argumento. 
O poder da mídia populesca na formação destas opiniões, tambem se torna uma enorme preocupação, pois deixa transparecer que a maioria dos indivíduos está suscetível a uma massificação perniciosa.
A solução, sem dúvida nenhuma,  passa pela educação. Mas poderia muito bem ter início com a conscientização de quem já tem o nível educacional aceitável. É preciso deixar de tratar os problemas sócio/político/econômicos como se trata um fla-flu, com defesas intransigentes de fatos, muitas vezes injustificáveis, mas que reforçam os argumentos de nossos embates acríticos.
Que tal darmos uma moralzinha ao filósofo francês René Descartes, que, já no século 17, nos ensinava: "o que sou eu? uma substância que pensa? O que é uma substância que pensa? é uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente."
Mais responsabilidade na transmissão de informações!