sábado, 4 de março de 2017

O COMEÇO É MAIS QUE METADE DO TODO

É impressionante como alguns conceitos desenvolvidos há milênios, se mantêm atualizados!
O grande filósofo Aristoteles, falecido em 322 a.C., ainda hoje tem seus trabalhos utilizados como base para a sistematização da Filosofia e Psicologia modernas.
Em um de seus mais famosos escritos, chamado "Ética a Nicômaco", o inigualável filósofo pergunta: qual seria o bem maior que poderíamos alcançar?
Ora, em toda a nossa vida procuramos alcançar objetivos compatíveis com nossas aspirações. Assim, praticamente todas as nossas ações estão direcionadas para algum fim que desejamos.
Neste sentido, não raro, nos deparamos com uma desenfreada busca pelo prazer, pela riqueza, pelo poder e, pasmem, até pela saúde.
Porém, ainda no entendimento do filósofo, apesar de importantes para a maioria das pessoas, nenhum destes objetivos bastam por si mesmos para atender nossas aspirações de vida, posto que, no máximo, seriam facilitadores do verdadeiro bem supremo, que é a felicidade.
Aí surge uma outra pergunta: o que é felicidade? A julgar pelas práticas atuais, a felicidade está identificada com a beleza, o dinheiro e o poder, não necessariamente nesta ordem.
Mas, apesar da grande maioria das pessoas continuar na perseguição destes objetivos, somos diariamente bombardeados com exemplos incontestes, mostrando que isto não é suficiente para suprir as nossas carências.
É claro que, dependendo das circunstâncias, alguns objetivos podem parecer bastantes, como a saúde, quando se está doente ou a riqueza, quando se é pobre. Mas o que complementa de forma inconteste, é viver bem, com ações virtuosas que fortaleçam o convívio com as pessoas.
Somente assim tornaremos nossa vida desejável em todos os aspectos, por não ser carente em nada. Isto sim, é felicidade!
Tudo isto parece uma grande utopia. Todavia, nunca devemos esquecer que o impossível é aquilo que ainda não foi feito.
Acompanhando as mensagens trocadas num grupo de uma rede social, tive a grata satisfação de tomar conhecimento acerca de uma peculiaridade do Butão, único país no mundo a ter um Ministério da Felicidade.
Para o governo daquele país, a busca da felicidade dos cidadãos é seu principal objetivo. E isto é garantido constitucionalmente!
Em todo censo realizado, uma pergunta é feita: "Você é feliz?". Este indicador sobrepõe-se ao conceito de Produto Interno Bruto, e serve de base para as ações sociais que darão suporte ao alcance deste objetivo maior.
Isto é fantástico, na medida em que, sem o atendimento de nossas necessidades básicas, não há de se falar em bem supremo. E esta é uma responsabilidade intransferivel de nossos governantes.
Neste modelo, vislumbro o início da transformação da utopia em realidade.
É incipiente? Bem provável. Até porque eu não conheço muitos detalhes. Mas é um começo.
É como dizia Aristoteles:  “O começo é mais que metade do todo”